ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 12-03-2015.

 


Aos doze dias do mês de março do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Paulinho Motorista, Professor Garcia e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados o Projeto de Resolução nº 006/15 (Processo nº 0412/15), de autoria da Mesa Diretora, e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 003/15 (Processo nº 0398/15), de autoria de Dr. Thiago. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar da restauração do Viaduto Otávio Rocha. Compuseram a Mesa: Mauro Pinheiro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Mauro Zacher, Secretário Municipal de Obras e Viação; Adacir Flores, Presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha – Arccov –; Felisberto Luisi, Assessor Jurídico da Arccov; Alan Cristian Furlan, arquiteto da Secretaria Municipal de Obras e Viação; e Cristiane Gross, arquiteta. Após, o Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos I e II, a Adacir Flores, Felisberto Luisi, Mauro Zacher, Alan Cristian Furlan e Cristiane Gross, que se pronunciaram sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Bernardino Vendruscolo e Fernanda Melchionna. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Idenir Cecchim, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, a Presidenta concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, a Mauro Zacher, Cristiane Gross, Felisberto Luisi e Adacir Flores. A seguir, a Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Suelen Alves de Medeiros e a Alfredo Laydner Filho, da Associação dos Celíacos do Brasil – Rio Grande do Sul – Acelbra-RS –, que se pronunciaram acerca do agravo da doença celíaca. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Lourdes Sprenger, Sofia Cavedon, Bernardino Vendruscolo, Professor Garcia e Rodrigo Maroni manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Os trabalhos foram suspensos das dezesseis horas e vinte e seis minutos às dezesseis horas e vinte e sete minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Sofia Cavedon, Lourdes Sprenger, Rodrigo Maroni, Reginaldo Pujol, Delegado Cleiton, Carlos Casartelli, Bernardino Vendruscolo, Sofia Cavedon, Clàudio Janta e Reginaldo Pujol. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 284, 285 e 286/14, discutidos por Professor Garcia e Clàudio Janta, e os Projetos de Lei do Executivo nos 001/15, discutido por Reginaldo Pujol e Delegado Cleiton, e 004/15, discutido por Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 019 e 031/14, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/15 e os Projetos de Lei do Legislativo nos 292/14 e 007/15. Também, Marcelo Sgarbossa pronunciou-se durante o período de Pauta. Durante a Sessão, Sofia Cavedon manifestou-se acerca de assuntos diversos. Também, foi registrada a presença, neste Plenário, de Renato Pereira, do Armazém Porto Alegre. Às dezessete horas e cinquenta e quatro minutos, a Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a sessão ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos por Mauro Pinheiro e Jussara Cony e secretariados por Waldir Canal. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a tratar o tema específico restauração do Viaduto Otávio Rocha, trazido pelo Sr. Adacir Flores, que representa a Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha – Arccov.

Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Mauro Zacher, Secretário Municipal de Obras e Viação; o Sr. Adacir Flores, Presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha – Arccov; o Sr. Felisberto Luisi, Assessor Jurídico da Arccov; o Sr. Alan Furlan, arquiteto da SMOV; a Sra. Cristiane Gross, arquiteta.

O Sr. Adacir Flores, Presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha – Arccov, está com a palavra.

 

O SR. ADACIR FLORES: Boa tarde, senhores e senhoras; Presidente Mauro Pinheiro, companheiro de luta, de muito tempo, na questão do comércio. Cumprimentando o Mauro, cumprimento os demais componentes da Mesa. Queria fazer um agradecimento especial à Ver.ª Sofia Cavedon, por ter encaminhado esse expediente à Casa.

Estou, aqui, muito à vontade, porque estamos passando por um momento muito difícil na nossa democracia. E esta Casa é a Casa que nos representa, senhores Vereadores e Vereadoras. A democracia, por pior que seja, é melhor do que qualquer outro tipo de mandato, principalmente quando se pede a volta dos militares; nós, que lutamos desde o final da década de 1970 por democracia, jamais podemos permitir o desrespeito, principalmente com a Presidência da República, que foi eleita pelo nosso voto direto.

Aqui estamos para falar no nosso Viaduto Otávio Rocha. Hoje, vou falar somente da questão da memória viva, da cultura imaterial. O que nós queremos, senhores e senhoras aqui presentes e telespectadores da TVCâmara que sempre participam e vão junto ao nosso viaduto comentar e debater os problemas que trouxemos a esta Casa, é a questão imaterial da nossa cultura viva, o respeito a nós que estamos lá, com nosso trabalho: o relojoeiro; o ourives; o pessoal das chaves; a Dona Eunice, com as ervas e chás; o Nazareno; o nosso Vice-Presidente, que está desde a década de 1970 com seus relógios, com sua história viva. O que nós queremos é o respeito com aqueles que estão lá trabalhando pela cultura, vendendo o nosso LP – que dizem que se foi, mas dizemos que ele nunca foi e nunca irá; o LP, o bolachão sempre estará presente na nossa memória e na nossa cultura.

Hoje temos a venda de livros, sebos, junto ao viaduto, e isso é cultura. E cultura é a história de um povo. Se nós não a preservarmos, o que vamos deixar para as gerações futuras? Nós estamos falando de um bem tombado, que é o Viaduto Otávio Rocha, único no mundo. Não existe outro viaduto como este. A arquiteta Briane Bicca, no nosso seminário no mês de agosto, em homenagem ao Dia do Patrimônio Cultural, colocou que é um viaduto pelo qual se passa por cima, por baixo e pelos lados. Outra coisa: cada escadaria está definida pelo nome de uma das quatro estações do ano.

Então, é nesse sentido que nós, com o apoio do Hotel Everest, hoje já agregando os salões de beleza da rua Duque de Caxias, a Associação dos Moradores do Centro Histórico e o Movimento Amigos do Viaduto, já estamos consolidando a nossa luta para vencermos as dificuldades e buscarmos a restauração e humanização do viaduto, que passa por aqueles que fazem a história do seu dia a dia.

Eu tenho um jargão que não canso de dizer: se não somos o pulmão do viaduto, nós somos o coração, porque vivemos o viaduto 24 horas por dia.

As intempéries do tempo são as marcas do nosso futuro. E, nesse sentido, digo aqui, aos Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras e também ao Executivo: hoje, o nosso Secretário da SMOV, arquitetos e engenheiros irão apresentar um projeto de restauração do viaduto. Nós queremos a restauração do viaduto e a sua humanização, porque ele traz a nossa história e congrega não só nós, os permissionários, mas também os moradores do entorno, os comerciantes, os hotéis, as associações, como a ARI, o Teatro de Arena, que se faz presente, o Utopia e Luta e as demais entidades também presentes.

Temos, junto ao viaduto, um pool cultural: a Associação Gaúcha dos Escritores Independentes – AGEI tem a sua sede lá; a Associação das Creches, também, fazendo parte da história do viaduto hoje; a Etiqueta Popular, que é uma das lojas mais bem organizadas do viaduto – eu sempre digo –, que é uma organização dos artesãos de Porto Alegre.

Então, é resgatando a nossa história e resgatando o direito de estarmos lá que vamos buscar o verdadeiro respeito e resolver os problemas financeiros dos permissionários. Já está protocolado na SMIC, já discutimos aqui nesta Casa, o Executivo está a par do problema, e nós queremos buscar uma solução. E para essa solução não precisa nós sentarmos com o Ministério Público ou através do Departamento Jurídico, mas é necessário um entendimento justo com aqueles que lá estão.

E também queremos dizer que precisamos reaver o nosso fundo para o viaduto, porque após a restauração do viaduto nós precisamos de uma administração tripartite para geri-lo, que seria formada pelos permissionários, pelos comerciantes do entorno, pelos condomínios, pelas entidades, pelos hotéis e também pelo próprio Governo. Porque assim nós iremos, realmente, restaurar e humanizar o viaduto e dar uma nova vida para essa obra única no mundo que é o Viaduto Otávio Rocha. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Dando continuidade, o Sr. Felisberto Luisi, assessor jurídico da Arccov, está com a palavra.

 

O SR. FELISBERTO LUISI: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É sempre um prazer vir a esta tribuna falar sobre a nossa Cidade, e, principalmente, sobre esse marco que é o Viaduto Otávio Rocha. E nós estamos num plenário que se chama exatamente Otávio Rocha. Então, há uma sintonia entre esta Casa e o Viaduto Otávio Rocha.

Com relação à importância da restauração desse viaduto, não basta restaurar e recuperar, é preciso ter um fundo para que se mantenha, permanentemente, o viaduto, e o fundo tem que ter uma gestão tripartite: sociedade, Poder Público e permissionários, como é o caso do Mercado Público – o Mercado Público tem um fundo. As permissões de uso não darão suporte para esse fundo, nós temos que achar uma área lindeira ao viaduto que possa servir como centro cultural ou estacionamento, que permitisse a sustentabilidade do viaduto na sua forma de manutenção. Então, temos que achar uma solução. Esta Casa e o Poder Executivo têm o dever de ajudar a buscar essa solução. Já foi aprovada por unanimidade nesta Casa a constituição do fundo, mas foi vetada pelo Prefeito. Então, está no momento, Secretário Zacher, de o Município enviar novamente o projeto do fundo, para que esta Casa aprove e que se constituam os recursos para viabilizar a recuperação. É uma obra importante; tem hoje formas de se buscar parcerias, então temos que procurar essas formas. O Flores tocou num fato importante: não podemos esquecer os permissionários, porque o viaduto se caracteriza por esses permissionários, que são a identidade imaterial e cultural do viaduto. É importante que a gente tenha isto bem presente: a Cidade se faz pela identidade e pelas pessoas que a compõem. Para dar sustentabilidade a uma cidade, temos que valorizar a nossa população, aqueles que constroem a riqueza desta Cidade, que trabalham, que moram aqui e que permanecem aqui nesta Cidade. Então, é fundamental que a gente olhe aquilo que é desenvolvido no viaduto e dê uma sistemática. Depois o Alan talvez apresente o projeto de recuperação que vai dar uma nova estética ao viaduto. Então, nós temos que achar formas de viabilizar este projeto. Há dez anos, exatamente, nós começamos essa luta com o pedido de que fosse feita uma análise estrutural do viaduto, alocamos, na Temática de Desenvolvimento Econômico, Tributação e Turismo do OP, R$ 100 mil, e a partir desse recurso viabilizamos todo esse projeto que hoje será apresentado. Já foi apresentado num seminário, em agosto, mas precisou de uns ajustes. O projeto é muito bonito e tem uma característica fundamental: a valorização daqueles que fazem o viaduto, os permissionários. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Secretário Municipal de Obras e Viação, Mauro Zacher, representando aqui o Governo Municipal, está com a palavra.

 

O SR. MAURO ZACHER: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Boa tarde a todos. Saúdo-os de maneira especial porque a gente reconhece a militância de vocês, a presença de vocês, que não é apenas no Viaduto Otávio Rocha, mas na Cidade. Então, tenho grande carinho, respeito e admiração pela militância presente, sempre contribuindo com os desafios que esta Cidade tem. Quero saudar e apresentar a vocês a nossa Diretora de Projetos Prediais, arquiteta Cristiane Gross; a nossa Supervisora, eng.ª Márcia, do Escritório de Projetos e Obras - EPO, juntamente com o arquiteto Paulo. O arquiteto Alan, já conhecido desta Casa - recordo dele nos ajudando em várias situações -, que faz parte do Conselho do Plano Diretor; casualmente a empresa que está desenvolvendo esse Projeto, Engeplus, tem o Alan nos seus quadros. E este é o motivo pelo qual ele tem coordenado esse projeto, e o apresentará de maneira sucinta. Gostaria ele de ter um tempo maior, mas o que nós podemos oferecer são 20 minutos para fazer uma boa apresentação. Depois a gente pode, através das perguntas, continuar o debate.

Quero registrar que esse é um projeto importante, fundamental e prioritário no nosso Governo. Não é nada fácil desenvolver um projeto dessa amplitude; estamos falando da primeira grande obra da Cidade, aqui muito bem lembrado pelos dois que me antecederam na tribuna. O registro da importância da história da Cidade, da cultura. Depois, os arquitetos Cristiane e Alan vão demonstrar tecnicamente a complexidade desse projeto, enfrentar questões antigas já trazidas por todos, principalmente na questão de drenagem, na questão da estrutura, coisas que jamais foram abordadas, trabalhadas e desenvolvidas em outros momentos em que esse viaduto teve algum tipo de intervenção de reforma.

Quero relembrar a todos que esse projeto surge de uma demanda do Conselho do Plano Diretor, principalmente da Região 01, que se articulou, trouxe ao Governo, e o Governo acatou essa demanda. E a partir daí, 16 Secretarias participaram da construção desse projeto. Então, quero aqui relembrar que não foi só a SMOV, mas Secretaria de Cultura, SMIC, GADES, SMGES, FASC, EPTC, DEP, DEMHAB, SMURB, SMAM, SMTUR, DMLU, PGM - 16 Secretarias participaram da construção de um Comitê Gestor no Grupo de Trabalho, dando ali suas diretrizes para que pudéssemos apresentar, juntamente com a expectativa da sociedade, o resultado desse projeto e também atendendo assim, com diretrizes de todas as Secretarias envolvidas. Em seguida, o arquiteto Alan vai falar para vocês. Quero citar algumas entidades que também participaram, como a IAB, OAB, Sinduscon, UFRGS, enfim, uma série de entidades que participaram desse processo. Todos os movimentos que participam da Associação Viva o Centro também foram decisivos, estão acompanhando, estão ansiosos aguardando por esse projeto. Quero só registrar aqui que esse projeto está na sua fase final; queremos ainda no mês de abril poder entregar a finalização e participar de uma outra etapa. Nós estamos muito próximos de uma finalização, mas quero registrar que teremos quatro etapas: levantamento histórico, cadastrar o documental de todo viaduto; o mapeamento de patologias, sondagens, prospecções, anais de documentação encontrada, cálculo de carga do viaduto; anteprojetos, proposições de soluções; e projetos executivos. Então, essas foram as etapas pela qual passou a empresa contratada, fiscalizada e acompanhada pelos técnicos da SMOV, e que já se encontra em fase final. Estamos com um cronograma de poder entregar a finalização do projeto dentro do mês de abril, o que vai possibilitar, então, irmos para a segunda etapa. É evidente que a gente sempre conta com esta Casa na busca de recursos. É evidente que o Município não terá recursos do seu Orçamento para executar uma obra desse tamanho, mas acho que facilmente conseguiremos financiamento para essa obra e que nós possamos entrar para uma segunda etapa, que é a execução, a recuperação de toda esta obra tão importante para a história da Cidade.

Eu queria, Sr. Presidente, se me permite, passar de imediato ao arquiteto Alan, para que ele possa fazer a apresentação, e depois, num segundo momento, a gente fica aberto para questionamentos a serem feitos pelos colegas Vereadores. Muito obrigado.

 

(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)

 

O SR. ALAN CRISTIAN FURLAN: Boa tarde, agradeço aos Vereadores presentes, em especial ao Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, Secretário Mauro Zacher, a Ver.ª Sofia Cavedon, proponente, demais componentes da Mesa. Eu vou ser o mais sintético possível na apresentação. O projeto que nos traz aqui é o projeto de restauro e recuperação estrutural do Viaduto Otávio Rocha, que foi objeto de um contrato público, licitação que foi vencida pela empresa Engeplus, da qual eu sou coordenador do projeto. Dentro do TR que a gente recebeu da Prefeitura, a gente dividiu o trabalho em quatro grandes grupos: o primeiro trabalho foi a pesquisa histórica, para ter o pleno conhecimento do nosso objeto a ser projetado, o seu restauro, foi a pesquisa histórica, em que a gente fez o levantamento de toda a história, tanto do viaduto quanto da obra. Depois nós passamos para um levantamento físico, in loco, onde fizemos um levantamento da realidade em que se encontrava o viaduto para se iniciar o seu diagnóstico, que já é a terceira etapa. E aí, em cima do que foi levantado, trabalhamos as sugestões e proposições para se resolver e, principalmente, para não ter o retorno do que aconteceu anteriormente. Esse ponto foi muito importante, porque a Prefeitura nos deu a liberdade de trabalhar com uma premissa, que talvez seja única dentro da Prefeitura, de tentar proporcionar um projeto para 30 anos, ou seja, trabalhar com uma visão de obra de extrema qualidade a longo prazo, e não, de tentar fazer uma reforminha. Por fim, depois de toda essa fase de diagnóstico, a visualização de todos os problemas, entraremos realmente na área de projetos.

Isso vai muito ao encontro das políticas públicas de revitalização do Centro. Eu vou passar rápido esta parte da história, mas vou dar um enfoque importante. O viaduto é uma obra única, como já foi dito pelo Adacir Flores, mas, além de ser uma obra pública única, quando feita, ela se revestiu de características extremamente importantes e que nós trouxemos de volta agora, que são, além dessa singularidade, ser uma obra de extrema tecnologia e, quando inaugurada, ser o lugar mais iluminado. O viaduto era símbolo de Porto Alegre. É onde entra um dos fatores importantes do projeto, o viaduto era único e foi o primeiro e grande monumento a Porto Alegre. Ele transformou Porto Alegre de uma capital normal em uma capital de potencial nacional, criando a capacidade de ampliação do porto, quebrando os problemas sanitários que existiam na época.

Eu vou pular esta parte toda inicial, mostrando para vocês que o projetista inicial, Manoel Barbosa Assumpção Itaqui, pensou todas essas características desde o início do projeto. Ele vislumbrou a questão das galerias, de que nós teríamos uma obra de extrema dificuldade mediante a existência do granito, que faz parte do morro e que teve que ser cortado, o que gerou uma obra traumática na época, mas que gerou essa grande oportunidade para Porto Alegre. Aqui são exemplos de detalhes feitos pela empresa alemã, que foi quem executou, e aí a gente fez um registro pontual de algumas etapas da obra: o fechamento das escadarias na década de 1950; colocação de banheiros nas mesmas; os estudos que foram feitos no ano de 1969; a ideia de se ampliar a capacidade de passagem na Rua Duque de Caxias, na década de 1970; na década de 1980, começa a ideia de se fazer a restauração com lavagem inicialmente e troca de pontos de luz em cima da situação do viaduto, que passou 50 anos, praticamente, sem manutenção.

Então, inicia-se em 1983 um movimento dentro da Prefeitura, junto com a sociedade, para realizar essas reformas no viaduto. Essas reformas são trabalhadas com pequenas ações entre 1983 e 1987, e, em 1989, se vislumbra que não se estava chegando a um objetivo, a SMOV estuda a realização de uma grande reforma, que acaba acontecendo em duas etapas, entre 1997 e 2001. Nesse período, foi feita uma reforma de todos os problemas encontrados na época. Eu fiz uma lista para vocês terem uma noção: demolições, execução dos pisos em geral, as soleiras, revestimentos, pinturas, os elementos escultóricos, ou seja, foi feita uma reforma geral de 1997 a 2001, que acabou gerando algo um pouco traumático junto à associação devido ao tempo da obra, que foi gerado também, porque, naquela época, não foi tão aprofundada quanto foi hoje, que é o grande diferencial do que foi feito naquela reforma do que está sendo feito hoje. Hoje foi despendido um grande tempo para fazer toda essa avaliação histórica e fazer esse levantamento físico para que não tenhamos tantas surpresas durante a execução da reforma.

Aí temos uma lavagem que foi executada em 2010 pela Secretaria de Cultura junto com o DMLU, quando se tentou tirar aquele aspecto de sujeira, que acaba ficando por causa da poluição no local. Durante o período antecessor à Copa, houve a reforma nos canteiros. E, no fundo, o que aconteceu? A nossa equipe acabou trabalhando quatro meses árduos analisando o estado existente. Vou dar um exemplo aqui para vocês: analisamos onde havia pontos de infiltração, rachaduras, liquens. Isso aqui é um exemplo de uma planta que nós acabamos gerando. Foi feito o mapeamento completo, tanto do piso quanto da fachada, quanto das calçadas superiores, dos passeios, foi feito o registro, e temos o número completo, por exemplo, temos tantos metros quadrados para restaurar. Isso gerou, então, o final do levantamento físico, que nos deu o diagnóstico para termos certeza se valia a pena atacar o problema e de que forma.

Aqui são imagens do viaduto, imagens que demonstram, no caso, Cirex sendo descolado, problema de falta de peças do piso, descolamento, escorregamentos na estrutura, infiltrações, que são os problemas mais sérios do viaduto e que até geraram o ponto de maior polêmica, porque tínhamos que ter uma solução que durasse muito tempo para não ter outra reforma logo e atrapalhar o uso do próprio viaduto.

Em cima de tudo isso, fizemos uma avaliação das soluções que foram usadas anteriormente, para que não se recorresse a decisões que não foram bem executadas, nem bem sucedidas na solução. Nós temos um caso único: o viaduto, além de ser uma obra especial, ele é um viaduto. Então, ele tem características de viaduto e predial também. Ele sofre uma vibração, e isso gera o uso de mais tecnologia na hora de executar o projeto. O Cirex foi um grande ponto. O Cirex tem a característica do imaginário da sociedade. Na pesquisa que fizemos, as pessoas identificam o Cirex como um exemplo do próprio viaduto. Então, nós tínhamos também que resolver o problema de como utilizar o Cirex, sem fugir de toda essa característica técnica, e a questão do imaginário, que é uma das questões mais importantes relativas ao restauro. Nós estamos restaurando, também, a imagem do próprio viaduto dentro da comunidade. No fundo, é o que o Flores utilizou, o resgate da cultura. O Cirex acaba fazendo parte do resgate da cultura. É o imaginário do rugoso, inclusive é o fundo da imagem que temos na apresentação.

Nós fizemos um estudo técnico, e eu estou mostrando aqui só alguns quadros, porque não daria tempo para explicar todos, em que justificamos, em cima de materiais técnicos, todo o uso de cada uma das soluções. Em cima desse diagnóstico, nós geramos relatórios técnicos – e aqui estão alguns colocados – em que fizemos análise das esquadrias, dos elementos metálicos, da impermeabilização, que foi um ponto muito crucial porque poderia por em risco a própria obra de recomposição de revestimento do Cirex, das instalações elétricas, telefonia, hidráulicas, de prevenção de incêndio, do sistema de segurança, do projeto de acessibilidade para atender o máximo possível as solicitações que a lei nos obriga a ter hoje, do projeto de paisagismo e sinalização. Eu vou mostrar rapidamente algumas imagens: este é o objetivo geral do projeto, é tentar trazer o viaduto o mais próximo do que ele era quando concebido. O que nós fizemos para isso já pós-diagnóstico? Dentro do nosso diagnóstico do restauro e das nossas especialistas, nós tivemos, como premissa, tentar trazê-lo o mais próximo do original. Nem tudo era possível por causa das tecnologias, mas faríamos todo o possível para trazê-lo o mais próximo da sua forma original, até para não perder essa imagem cultural que ele tem na comunidade. A gente trabalhou com os elementos que acabam criando a sua alteração, por exemplo, os podotáteis, eles serão todos em aço inox. Por quê? Durabilidade de longo prazo para diminuir a manutenção para a Prefeitura Municipal, porque isso acaba criando um mimetismo na aparência do total, ele acaba sumindo, e não acaba competindo com a imagem do desenho do piso. Aquele desenho do piso foi desenhado a mão pelo próprio Itaqui, então, nós tínhamos que trazer isso para o projeto e não queríamos que uma necessidade técnica se sobressaísse em cima da necessidade estética e projetual do arquiteto original. Além disso, a gente trabalhou com grelhas metálicas para dar acessibilidade plena aos passeios, então, os cadeirantes vão ter pleno trânsito, além dos deficientes visuais. Também em aço inox, criando essa linguagem de intervenção que vai ser trabalhada apenas em vidro e inox. Aqui mostramos os passeios que foram comentados pelo Flores, os passeios verão, inverno, outono e primavera que foram identificados e foram nomeados pelo próprio Itaqui quando do seu projeto. Aqui é uma sinalização que sugerimos para ser colocada. Eu tenho uma outra imagem de cima do passeio de uma sugestão que criamos no próprio projeto em que colocamos os itens de acessibilidade, a recomposição das grelhas para não acontecer mais a cachoeira, que foi uma reclamação da comunidade, que toda a vez que a gente ia lá, a comunidade vinha nos mostrar os vídeos. Não vai mais fazer cachoeira. Colocamos grelhas que cumprem a norma de acessibilidade e também vão retirar todo esse excesso de água de chuvas; os guarda-corpos, que no caso são os corrimões metálicos para ajudar a acessibilidade das pessoas; a reabertura das escadarias, em que a gente fez uma caixa de vidro para que a iluminação entrasse como no projeto original, mas ao mesmo tempo criasse proteção para a chuva, proteção de segurança, e criasse também uma atração turística. Depois vou explicar, na questão da iluminação, o detalhamento de todos esses elementos, a caixa iluminada à noite. Tem toda a questão de iluminação, fizemos um projeto, todo ele, em LED para ter um custo, a longo prazo, baixo para a Prefeitura e que a Prefeitura pudesse se utilizar para trabalhar em eventos, o que acabou culminando com a ideia do Caminho do Gol. Inclusive corrigimos um desenho de piso para buscar a originalidade do projeto do Manoel Itaqui, porque, na reforma de 1997 a 2001, eles acabaram se perdendo um pouco nisso. Trouxemos de volta isso, desenhamos todas as peças – aqui tem um exemplo para vocês darem uma olhada –, peça por peça do piso, para restaurar os existentes e para os novos serem colocados, exatamente, como foi projetado, originalmente. Aqui é um exemplo do projeto de acessibilidade, ele cumpre a norma, mas ele não tem agressão visual, mantendo a prioridade, então, a questão do prédio tombado. Aqui, são exemplos de projetos hidrossanitários com os quais a gente trabalhou; e, aqui, uma das prospecções. Como o Secretário falou, a gente abriu o viaduto para confirmar o que existia atrás, quais eram os problemas de infiltração, e já criar soluções técnicas para isso. Agora, cheguei a um dos pontos mais polêmicos: nós tivemos que projetar um sistema de impermeabilização, que é um dos sistemas mais avançados do mundo, que garante 30 anos de resistência contra infiltrações. Esse sistema, que é utilizado em túneis, consiste em mantas especiais que vão propiciar que não haja mais infiltrações e que não se criem mais problemas de manutenção no próprio viaduto.

Aqui, fizemos todo o detalhamento do uso da montagem desse sistema, o detalhamento de cada um dos pontos em que ele acontece no projeto. Um dos fatores diz respeito às escadarias, que têm os degraus tombados. A gente criou um sistema de fixação para cada um deles, para que não aconteça mais o escorregamento nos degraus. Demonstrando, vamos colocar toda esta manta sobre a laje existente e fazer toda esta infra sobre o mesmo. Temos o exemplo do projeto do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio; aqui, o monitoramento das câmeras; e voltamos para a imagem do projeto. No fundo, o objetivo do projeto era tentar trazer o projeto mais próximo do seu original e resolver os problemas técnicos que aconteceram com novas tecnologias, buscando essa alta tecnologia, que foi a premissa inicial – talvez até por causa disso tenham contratado uma construtora alemã, na época, que era uma das grandes construtoras do mundo –, trazendo isso de volta para a obra.

Junto com isso, já que tínhamos que fazer toda essa análise, a gente acabou desenvolvendo o projeto de iluminação. O que a gente propiciou para isso? Propiciamos um projeto de iluminação totalmente computadorizado e programável, em que a Prefeitura vai ter o controle dessa iluminação. Isso vai gerar o uso em eventos e vai trazer de volta uma das premissas iniciais do Projeto Viaduto. Quando inaugurado, era o ponto mais iluminado de Porto Alegre.

Aqui, temos os detalhes do projeto e simulações das possibilidades do projeto de iluminação. A gente tem a capacidade de trabalhar com cores e intensidades. Então, por exemplo, no dia do jogo do Brasil, a gente poderia ter iluminado o viaduto em verde e amarelo; na semana das águas, no jogo do Grêmio, em Gre-Nal, a gente poderia trabalhar com diversos cenários, até para transformar o viaduto em um ponto de turismo, realmente.

Durante a Copa, fizemos um trabalho noturno de muitas fotos. Todas as noites, íamos lá e éramos atacados pelos turistas, que queriam saber que obra era aquela. Vimos que ele tem um grande potencial, como acabamos vendo na Copa, homenagem à Seleção Holandesa, que nos deu bastante apoio nisso. Sistema de iluminação que estamos propondo, com iluminação LED, é um sistema que está tão usual. Eu trouxe alguns exemplos, a Catedral de Canela, que é prêmio de iluminação e usa esse sistema de iluminação colorido. Embaixo, à esquerda, é o Sofitel que é um projeto de restauro, do prédio tombado. Depois o centro, Caixa Cultural, em Recife, que se utiliza desse sistema. E, por último, à direita, nós temos o Louvre. O Louvre, em 2011, substituiu todas as suas lâmpadas Xenon, que são lâmpadas caríssimas, por lâmpadas LED, baixando o consumo de praticamente 400 mil para 100 mil watts, criando uma economia de ¼ do valor com o custo de luz e mantendo mais qualidade na iluminação. O Louvre tem um valor mundial, assim como é a nossa proposta para o viaduto, trazer esse apoio.

Para trazer o uso, que é um dos comentários do Flores, também. Desde o início, tentamos ouvir todos os lados, o que a comunidade, a associação, todas as pessoas que vinham trazer informações sobre o viaduto, eram bem-vindas. Então, sugerimos e ficamos muito gratos em saber, numa das apresentações dentro da Prefeitura, que está sendo desenvolvida a Lei dos Parklets, e a sua utilização no viaduto é uma sugestão nossa e uma maneira de aumentar o uso pelos próprios permissionários, ampliar a sua capacidade de atendimento no comércio, que vai ficar muito facilitada, graças ao projeto do BRT, que a EPTC já nos formalizou que vai retirar os ônibus do local, o que vai criar menos poluição, para a nossa reforma durar mais tempo, vai criar também menos fluxo de ônibus, então vai ter uma maneira de as pessoas poderem se utilizar desse espaço.

Um exemplo de um parklet que a gente botou para termos uma ideia de dimensão; viaduto à noite; aqui temos só alguns detalhezinhos que usamos, balizamento nas escadarias para não ter que intervir nos degraus que são tombados. Tudo isso utilizando a tecnologia LED que tem uma durabilidade muito grande. Aqui uma imagem de como vai acontecer à noite. Todos os sistemas e intervenções em aço inox, um sistema antivandalismo e antifurto. É praticamente impossível arrancar, só se arrancar por inteiro a peça; mas aí a segurança e o próprio uso do local vai suprir esse risco. As nossas grelhas também ajudam a proteger o sistema de iluminação, e como vocês podem ver, elas têm umas ranhuras que é por onde a água vai ter a sua permeabilidade e fará com que tenhamos a situação da acessibilidade total no local.

Outras imagens. A nossa sugestão, então, é que se crie uma gestão, ou em forma de comitê, isso é uma coisa que está dentro do nosso contrato, mas é uma sugestão nossa para que todos abracem o uso do viaduto. Nós estamos entregando o projeto junto com o Manual do Lojista, que irá direcionar todos os permissionários para que tenham pleno conhecimento de tudo que precisam fazer para manter o seu espaço após o recebimento do local.

Essas são algumas imagens durante a Copa, mostrando o potencial do viaduto.

Em algumas imagens temos algumas informações sobre a questão da relação de valor. A equipe que desenvolveu o projeto é uma equipe multidisciplinar. Acabamos utilizando desde geógrafos, historiadores, até arquitetos, engenheiros. Tivemos que trabalhar com vários de níveis de conhecimento técnico para poder atingir todas as necessidades do viaduto. Por fim, a equipe que deu apoio junto à fiscalização nas Secretarias. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Arquiteta Cristiane Gross está com a palavra.

 

A SRA. CRISTIANE GROSS: Só queria complementar que, em função de tantas secretarias envolvidas, acabou criando-se – dentro da própria Prefeitura pela necessidade de reunir todas essas informações –, junto ao gabinete do Vice-Prefeito, um GT especificamente para a reunião dessas informações, com essas 16 Secretarias envolvidas.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Secretário Mauro Zacher; prezados Adacir Flores e Felisberto Luisi, representantes de um grupo incansável, que acredito que vários estejam aqui na luta pela preservação e pela humanização do Viaduto Otávio Rocha. Quero cumprimentar o Alan e a equipe toda da Engeplus que trabalhou; cumprimento também a Cristiane Gross, representando os nossos técnicos, os nossos funcionários. A ideia de trazê-los para o período de Comunicações de quinta-feira nasceu naquele Seminário, ao qual eu fui impossibilitada de assistir na sexta-feira, mas, para nossa grata satisfação, o projeto dessa envergadura estava praticamente pronto, Secretário Zacher. E esta Casa é palco de reuniões, de tribunas, de muitos debates sobre o viaduto; precisava conhecê-lo, ter notícia da sua conquista. E eu quero parabenizar o movimento do viaduto, que eu não sabia, mas colocaram no Orçamento Participativo, conquistaram o projeto, colocaram recursos no Orçamento. Isso, para nós, é muito valioso; nós temos áreas degradadas na cidade de Porto Alegre, que são degradadas exatamente porque há um abandono, as pessoas não as utilizam, há uma fragmentação da comunidade do entorno. Não é o caso do viaduto, que cada vez tem mais parcerias e envolve mais instituições, e o seu entorno vai-se ampliando. Isso é muito lindo. E estar à altura desse movimento é responsabilidade desta Casa e do Governo Municipal para além desse viaduto ser a nossa principal obra de arte, e nós temos o maior orgulho dele. Então, o Secretário Mauro Zacher, ex-Vereador desta Casa, já apontou algumas questões em relação a prazos. Eu compartilho absolutamente essa ideia de que, sim, é necessário uma grande intervenção, mas, sim, é necessário uma intervenção continuada, uma política de sustentabilidade, de preservação, de compartilhamento e de possibilidade de protagonismo de todos aqueles que vivem lá e que têm a sua atividade econômica, sobrevivência, no seu entorno, e também os ativistas culturais que se sentem, muitas vezes, impotentes. Quantos seminários, quantas intervenções no viaduto sem essa possibilidade de, de fato, fazer acontecer o que há uma grande disposição para que aconteça. Então, a proposta da Engeplus é um comitê gestor; nós achamos que deve haver um fundo, se não é um fundo, o que é? Porque nós conhecemos o Orçamento público municipal e a forma como funcionam os governos. Não existe um planejamento de recursos continuados para a obra. A obra vai ter intervenção quando alguém gritar, quando cair. Então esse é um problema generalizado do serviço público. E eu trago o exemplo das escolas que deveriam ter, de tantos em tantos anos, de sete em sete anos, uma pintura geral; isso já tinha que estar previsto regularmente. Não é o caso. Então, muito menos próprios públicos, obras de arte, etc., etc. A minha fala é muito propositiva. Em que termos, como a Prefeitura pensa? É a Lei Rouanet? Como está conversando com o Monumenta, com o Cidade Histórica? Por quais caminhos pensa buscar esse recurso, que é muito alto? É um grande recurso! É importante! Nós sabemos das inúmeras demandas! Há prioridade política do Governo? Sim! Que grau de prioridade de política? Afinal, já é a segunda vez que o Governo abre licitação para a orla – um projeto que é bastante questionado pelos movimentos sociais.

Este aqui é muito querido, desejado e lutado pelos movimentos sociais! E esta é uma reforma aprovada – me parece – por todo o Movimento do Viaduto, da Associação, amigos e permissionários. Então, qual é o grau de prioridade? Em que tempo? Por quais caminhos o Governo está pensando buscar esse recurso? E, segundo, a humanização, a vitalidade permanente, a preservação permanente, a iluminação e a segurança naquele lugar, como nós estamos pensando? Nós queremos trabalhar essas duas dimensões, e penso que o Governo também, mas, para isso, é preciso ter um caminho acertado, acordado e estabelecido. O Fundo que nós fizemos - esta Casa aprovou, vários Vereadores votaram – foi vetado pelo Governo. Se não é esse Fundo, o que é então? Ficam essas questões para a gente andar para frente, para um lugar tão bonito, pela identidade da nossa Cidade. Muito obrigada.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Quero também registrar a presença do Sr. Renato Pereira, do Armazém Porto Alegre, dos altos do viaduto. Seja bem-vindo.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

Solicito que a Ver.ª Jussara Cony assuma a presidência dos trabalhos, pois preciso atender o Presidente da Câmara de Bagé.

 

(A Ver.ª Jussara Cony assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Registro com alegria a circunstância de a Ver.ª Jussara Cony assumir a presidência dos trabalhos. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero dizer que esse tema me apaixona, até porque as suas implicações... Ver. Mauro, quero que V. Exa. me honre com atenção, porque, de certa forma, eu vou fazer uma proclamação, quando não um desabafo. Nós temos o exemplo do que eu considero o maior monumento público da cidade de Porto Alegre, que é o nosso viaduto Otávio Rocha. Vejam todos que nós usamos a expressão “o nosso viaduto”, numa cidade em que tem dez viadutos. O único viaduto que ninguém chama pela denominação, simplesmente o identifica como viaduto, é o primeiro, ali, na Av. Borges de Medeiros. Quando cheguei me arrastando, guri, lá de Quaraí, eu o encontrei construído. E vivi todos esses 60 anos que tenho de Porto Alegre, sabendo que viaduto é o viaduto Otávio Rocha, localizado na Av. Borges de Medeiros, e que a rua Duque de Caxias passa por cima dele. Ver.ª Sofia Cavedon, vou fazer uma referência positiva ao seu partido, o Partido dos Trabalhadores. Há mais ou menos dez anos, fez-se uma bela reforma no viaduto, não foi total – estou elogiando o seu parceiro, Vereadora – mas consistiu no fundamental, no visual. Inclusive, a pavimentação e a calçada ficaram inacabadas, depois foi uma briga para continuar. Quando chegou o fim, começou a ser estragado o começo. A SMOV com esse belo trabalho, esse estudo bem feito, deve ter quantificado as necessidades, o custo da elaboração. O viaduto merece e precisa de fortes recursos.

Nós nos acostumamos, nos Municípios - Porto Alegre não foge à regra - eles dizem: “Não, isso só com verba Federal”. É a primeira coisa que dizem. Tem de ter verba, em matéria de cultura tem a Lei Rouanet ou tem que estar no projeto Pró-Memória; são as únicas soluções.

Eu acho que Porto Alegre comete, Ver.ª Jussara Cony... e quero cooptá-la, no bom sentido, para uma posição que tenho sustentado. Comete um exagero, e nesse particular, retiro os elogios à Ver.ª Sofia Cavedon, para dizer que ela não merece elogios nesse particular. Nós cometemos um absurdo, temos mais de dois mil prédios, Secretário Municipal de Obras...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: ...temos cerca de quatro mil prédios tombados como patrimônio histórico ou listados como bem cultural. Acontece que essa quase totalidade está abandonada porque o Município não tem recurso para preservar tudo isso, e, entre esses abandonados, fica o nosso viaduto.

Tenho sustentado que temos de mudar, transformar a quantidade inconsequente em uma qualidade objetiva, restringindo o número de imóveis. Aqueles mais expressivos, que, com muito mais justiça, mereçam ser preservados e apresentados como modelo histórico para a posteridade, minorar a quantidade e...

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Sr. Vereador, conclua, por favor.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Estou engajado nesta luta. Sabemos que vai custar um dinheirinho pesado fazer o que tem que ser feito ali no Viaduto. Não adianta pintar. Tem que cuidar do esgoto, tem que recuperar os elevadores, tem que restabelecer, na integralidade, o nosso Viaduto Otávio Rocha. E, depois disso feito, nós temos que cuidar, porque, hoje, se passarmos lá, veremos que está pichado, pintado, tem gente dormindo, tem centro de hospitalidade, tem de tudo!

Concluo, Sra. Presidente, dizendo que me faltou objetividade, mas o assunto é muito amplo. O que eu posso dizer de mais objetivo é que a luta pela efetiva preservação deste prédio de valor histórico é muito mais ampla do que possa suportar um pronunciamento de cinco ou sete minutos. E eu estou engajado nesta luta, com visão própria, com compromisso amplamente assumido e reassumido, capaz de dizer ao Mauro Zacher: Mauro, isso começa lá no 4º Distrito, com aquela bagunça que fizeram lá de 400 prédios, que lá estão atirados ao léu, e chega aqui, escancarado, no Centro de Porto Alegre! Não pode continuar! O nosso Viaduto tem que ser prioridade um, na frente de todas as outras! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Tenho o privilégio de estar morando num local lindo e maravilhoso, que é o Centro Histórico de Porto Alegre, há 15 anos. Sou muito orgulhoso do Centro de Porto Alegre. Assisti à exposição e lembrei que, quando cheguei em Porto Alegre, o Viaduto foi o primeiro monumento que vi, em 1972, quando viemos jogar aqui contra o Inter, no Beira-Rio, e nos hospedamos no Hotel Everest. Caminhando para ir para o Centro, para a Prefeitura, eu dizia para um colega que estava comigo, que era de Bagé, o Dejair: “Que coisa linda! Que lugar maravilhoso!” Essas foram as minhas palavras. Na época, eu tinha 22 ou 23 anos e pensei: “Que lugar maravilhoso de se morar!” E Porto Alegre continua linda!

Quero dizer a todos vocês, em nome do PSD, que estamos juntos, não por ser morador do Centro de Porto Alegre, mas por amar esta Cidade, por amar este Estado, que me acolheu como filho, onde realizei 70% dos meus sonhos em tudo. Amo Porto Alegre, amo o Rio Grande do Sul, amo os gaúchos! Vivo aqui há quarenta e poucos anos e tenho um orgulho muito grande de dizer que a nossa Porto Alegre é uma das Capitais mais lindas do Brasil. Todo mundo fala no Rio, em Salvador, por causa do mar, mas pouca gente olha Porto Alegre de cima.

Foi uma imagem muito linda que tu mostraste ali do viaduto, no caminho da Copa, uma coisa linda! Assim é Paris, assim são os grandes centros da Europa, são coisas maravilhosas. Eu tenho certeza de que o nosso Secretário Mauro está olhando com muito carinho, porque ali está o coração do gaúcho, no Centro de Porto Alegre, no Centro Histórico, e o viaduto é um monumento que é o coração do nosso orgulho e da nossa Cidade. Contem com este Vereador. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Evidentemente que, naquilo que depender deste Parlamentar, vocês tenham certeza, podem contar comigo. Também quero aproveitar para agradecer os convites que recebi de vocês, acabei não participando, mas sou parceiro, duvido que tenha algum Parlamentar que vá proceder de forma contrária. Quero cumprimentar a empresa que fez o projeto. Depois, tem uma outra etapa – há que se ressaltar isso –, que é a licitação para a execução da obra, isso precisa ficar bem claro. Agora foi apresentado o projeto, a empresa que elaborou o projeto; a fotografia é muito bonita, o projeto está muito bonito, mas espero que a foto não esteja, até o final da obra, desbotada. Não vou dizer que todos os Governos que chegaram até este momento perderam a oportunidade de colaborar no sentido de melhorar aquilo que lá está. Nós só estamos aqui, hoje, graças ao esforço de vocês, e isso nós precisamos reconhecer. Agora, eu também preciso reconhecer que as obras desta Cidade levam uma eternidade. Fico, às vezes, preocupado quando alguns Vereadores fazem crítica para o universo; tem que fazer crítica aos governos, ao Prefeito, ao Vice-Prefeito, aos Secretários. Secretário Mauro Zacher, V. Exa., que é nosso colega, recém chegou na Secretaria, agora temos fé e esperança de que V. Exa. lidere isso. Mas não dá para esquecer as várias obras que não acontecem nesta Cidade, é uma tristeza! Vou citar coisas que temos no Centro de Porto Alegre: não sei como conseguem fazer eventos debaixo daquele esqueletão ali na Praça XV, ou na esquina da Rua Riachuelo com a rua Marechal Floriano. “Ah, mas não depende de nós, aquilo é obra particular.” Depende sim! O Poder Público tem poder para agir a bem da segurança e da saúde pública. Aqueles criadouros de morcego, no Centro da Capital, já poderiam ter tido uma solução. Isso é feio para nós! “Ah, o Centro Histórico!”

Então, não dá para deixar de, neste momento, dar este recado, porque as pessoas que estão nos assistindo pensam que todos os que estão aqui estão apoiando essa situação. Tem Vereador indignado, e eu sou um deles, e não sou da oposição não! Não sou da base do Governo! Tenho obrigação com as minhas convicções, mas não aceito o tranco, como se dizia no Interior, que é de boi lerdo, boi muito lerdo. Contem com este Vereador dentro da sua capacidade e da sua condição como Parlamentar que tem um voto: na hora que precisar, na hora de agir, vou agir fazendo tudo o que é preciso. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM (Requerimento): Sra. Presidente, cumprimentando nossos visitantes, o Secretário, solicito a transferência do período de Grande Expediente de hoje para a próxima Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero, primeiro, parabenizar a Ver.ª Sofia pela iniciativa, foi ela que deu a sugestão de usar este momento de Comunicações, às quintas-feiras, para que a gente conhecesse o projeto, muito embora nós tivéssemos acompanhado, ao longo desses anos, toda a luta que foi feita. Eu não tenho dúvida de que, para a gente chegar a este patamar, na tarde de hoje, foi necessária muita mobilização dos permissionários. Nós tivemos projetos absolutamente estapafúrdios de privatização do viaduto Otávio Rocha; nós tivemos um massacre contra os permissionários, quando do fechamento, das reformas parciais que foram feitas; nós tivemos um fundo aprovado, se eu não me engano, por unanimidade da Câmara de Vereadores e, depois, vetado pelo Governo Municipal. Esse fundo poderia resolver o problema de financiamento neste momento em que se tem um projeto, e que, ao mesmo tempo, não foi apontado nenhum recurso. O Secretário falou, mas nenhum recurso, aparentemente, está previsto para a execução do projeto. Já deixo a pergunta ao Secretário sobre a questão dos R$ 38 milhões: qual a previsão de investimento da própria Prefeitura e das parcerias que a Prefeitura Municipal busca – talvez o PAC Cidades Históricas? Nós temos que batalhar para que haja recursos para aquilo que é importante para a população. E o viaduto Otávio Rocha tem uma marca na cidade de Porto Alegre: é patrimônio material e imaterial, sem dúvida; patrimônio histórico, cultural, paisagístico, construído e consolidado no Centro da nossa Cidade. E ao mesmo tempo, há aquelas pessoas que deram vida, com suas bancas, nesses anos todos, ao viaduto Otávio Rocha. Nós temos vinil, nós temos uma série de atividades de permissionários que dão vida àquele espaço. É fundamental que haja essa reforma.

Então, eu quero debater, primeiro, que o tema hoje só é possível a partir da mobilização de vocês. Nós não temos nenhuma dúvida que, se os permissionários e a Associação não tivessem lutado, Presidente Flores, infelizmente um projeto de privatização de um espaço tão nobre teria sido aprovado nesta Câmara, ou teria sido enviado pelo Governo Municipal. Nem chegou a ter projeto aqui, fruto da mobilização que vocês fizeram.

Nós vemos, no caso do Centro Histórico – e o Ver. Bernardino falava da revitalização do Centro –, um verdadeiro contra-senso: tem dez esqueletos no Centro, de grandes especuladores, que ficaram abandonados nos últimos 20 anos, juntando bicho, juntando entulho, parados. E, ao invés de o Governo cobrar a função social da propriedade, sobretaxar, aumentar os impostos para os especuladores para poder investir em obras como as do Viaduto Otávio Rocha, em obras de moradia popular, em regularização das nossas comunidades, sabe o que eles ganharam? Um presente: um projeto de lei aumentando as benesses e os índices construtivos. Isso, infelizmente, é parte de uma lógica dos governos a serviço dos grandes grupos econômicos, dos especuladores. E se nós não nos mobilizarmos para que haja recursos para essa obra... Nós sabemos que a linha tem sido repassar para as costas dos trabalhadores a crise econômica, com ajustes no início do ano, aumento da energia, aumento da gasolina, aumento absurdo dos preços dos alimentos; e, por outro lado, contingenciamento de recursos, sejam das universidades, sejam de projetos como a recuperação e a valorização dos aspectos históricos da Cidade.

Então, eu concluo dizendo que é muito importante a mobilização, neste momento, para que a gente recupere esse projeto – na verdade, o projeto é uma conquista –, que a gente garanta a sua execução e, ao mesmo tempo, que não seja uma execução comandada pela Prefeitura. Até este momento, a Arccov foi fundamental para garantir o Viaduto Otávio Rocha como um espaço público e de valorização desse patrimônio imaterial. Nós queremos que a Arccov comande e acompanhe a execução das obras e, ao mesmo tempo, a gestão do viaduto Otávio Rocha depois de elas terem terminado. Parabéns pela mobilização. Contem com a Bancada do PSOL.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Vereadora.

Estamos presidindo a Mesa, mas estamos contempladas com os pronunciamentos da Ver.ª Sofia, da Ver.ª Fernanda, principalmente dos outros Vereadores também, mas acho que as duas Vereadoras estavam no rumo, exatamente, do nosso sentimento em relação ao assunto. Como estou presidindo, não posso deixar a presidência da Mesa.

O Secretário Municipal de Obras e Viação, Mauro Zacher, está com a palavra.

 

O SR. MAURO ZACHER: Presidente, eu vou passar a palavra para a Arquiteta Cristiane Gross para que ela pontue as questões mais de ordem técnica e depois, então, a gente fala um pouquinho sobre os possíveis financiamentos e próximos encaminhamentos por parte do Governo.

 

A SRA. CRISTIANE GROSS: Em relação às questões levantadas pela Ver.ª Sofia sobre a segurança, a gente quer colocar que está prevista uma sala para uma central de segurança, e os pontos de todo o sistema a serem colocados estão sendo previstos no projeto. A abertura das escadarias com um fechamento superior todo em vidro e uma iluminação mais efetiva, a gente acredita que também vão ajudar na questão da segurança.

Quanto ao questionamento do Ver. Pujol sobre a durabilidade da intervenção, isso foi uma das premissas da fiscalização e do TR do projeto, de que as intervenções fossem realmente efetivas e duráveis, com a melhor tecnologia possível, claro que dentro do custo-benefício, e para que não tivesse, logo em seguida, uma necessidade de uma nova intervenção. Por isso também que o projeto se estendeu um pouco além do previsto, para que se pudesse fazer esse aprofundamento dos estudos, principalmente da parte de impermeabilização, porque esse é um dos pontos mais frágeis do viaduto, é o que causa mais patologias em toda a estrutura.

A premissa, então, seria de que a reforma não fosse simplesmente uma reforma visual, de embelezamento, mas que ela resolvesse os problemas reais do viaduto. É isso.

 

O SR. MAURO ZACHER: Então, de nossa parte, a gente conseguiu transmitir aqui explicações aos questionamentos.

Eu vi o Secretário Adriano, que foi quem contratou a empresa, e queria citá-lo por essa bela iniciativa em sua passagem pela Secretaria. Respondendo às Vereadoras Fernanda e Sofia, que perguntaram sobre um segundo passo, sobre a possibilidade de nós realmente executarmos essa obra, quero dizer que essa é uma obra em que é fundamental a finalização do projeto. Dificilmente nós conseguiríamos captar recursos ou licitar uma obra sem o próprio Executivo finalizar pela sua complexidade.

Aqui já foram registrados canais de financiamento como o PAC Cultura, que são aqueles que nós vamos buscar, inclusive esta Casa pode ser parceira nesse processo.

Acho que nós teremos êxito. O que de fato não há é reserva da nossa LOA de 2015, isso não há. Bom, pode haver para 2016. Acho difícil que a Prefeitura possa suportar um investimento tão grande como é a reforma do viaduto. Estamos falando de uma obra de R$ 33 milhões – estamos arredondando. O próximo passo é buscarmos a possibilidade de financiamento.

Outra questão levantada pela Ver.ª Sofia, que eu acho o ponto fundamental que também está incluído na finalização do projeto, é a sua sustentabilidade. Investir R$ 33 milhões numa obra dessa, ela tem realmente que durar muitos anos, e nós todos desejamos que aquele espaço se torne esse espaço aqui demonstrado pelo projeto, que possamos transformar aquele lugar que é e merece todo o investimento que estamos fazendo.

Eu quero também registrar que essa não é a única obra em que estamos trabalhando para o Centro Histórico. Recentemente, o Prefeito Fortunati conquistou um financiamento para que a gente possa fazer a revitalização da nossa Rua dos Andradas, que é uma obra para nós muito importante; o pavimento existente não é mais adequado, há um trânsito de veículos locais para o abastecimento do comércio, ou para serviços públicos, como é o caso do lixo, troca de lâmpadas, enfim, e aquele pavimento não resiste, o que nos dá uma manutenção diária impossível de se atender. O projeto também já está concluído, estamos apenas readequando com o financiamento garantido. Nós queremos iniciar essa obra ainda no ano de 2015.

Nós tivemos um bom período com uma obra paralisada por exigência do IPHAN, que foi o entorno da Praça XV, mas agora está andando numa boa velocidade. Tivemos algumas intervenções necessárias do DEP e do DMAE, pois as redes ficaram acima do nível que tínhamos planejado, tiveram que ser rebaixadas, mas está andando numa velocidade boa. Queremos ainda este ano entregar aquele entorno da José Montaury, permitindo que aquele espaço seja todo restaurado.

Então, eu convido os colegas Vereadores para o diálogo, e também fico à disposição para discutirmos em outro momento esses projetos tão importantes para o nosso querido Centro Histórico de Porto Alegre.

Agradeço o convite, fico à disposição de todos os presentes para qualquer esclarecimento, e espero, em poucos dias, eu diria menos de um mês, que possamos estar com o projeto finalizado e planejando a segunda etapa, que é a execução dessa reforma tão esperada. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Sr. Secretário. O Sr. Felisberto Luisi está com a palavra.

 

O SR. FELISBERTO LUISI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, a minha fala é basicamente na questão da busca dos recursos para viabilizar essa obra. Nela terá que ser feita uma engenharia. E eu entendo que tem alguns organismos, como o PAC das Cidades Históricas, que podem ser uma alternativa, mas para isso o projeto tem que estar finalizado, como o Secretário falou, para captar o recurso necessário.

O Município, segundo a fala do Prefeito José Fortunati, teria reservado, e, na ocasião, a Secretária para assuntos especiais era Ana Pellini, se não me falha a memória, tinha reservado R$ 15 milhões. Nós, como Associação, pensamos que podemos também gravar no Orçamento Participativo. Assim, a Temática de Desenvolvimento Econômico, Tributação, Turismo e Trabalho, que tem reunião hoje, às 19:00h pode sinalizar como uma pequena janela para que a gente possa viabilizar recursos através do Orçamento Participativo. Porque essa não é uma obra do Centro; é uma obra da Cidade. Então, eu acho que ela tem uma importância fundamental para o visual do Centro Histórico, resgata a nossa autoestima. Por quê? A gente chegou a ver a emoção dos holandeses quando estavam em cima do Viaduto. A emoção deles viabilizando aquela obra. E o Tarciso me emocionou aqui quando colocou já ter visto a dimensão daquela obra com 22 anos. Então, acho que o Executivo tem que mandar o Projeto do Fundo, para que a gente possa captar recursos para viabilizar isso. A Caixa, num Seminário que nós fizemos em agosto, disse que pode sinalizar também com recursos. E ainda temos as emendas parlamentares - queiramos ou não, ainda há essa alternativa de buscar recursos para essa obra. Então, eu acho que temos que nos unir na captação desses recursos, porque é uma obra que vai resgatar a nossa identidade cultural e a nossa autoestima. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Sr. Felisberto. O Sr. Adacir Flores, Presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha, está com a palavra.

 

O SR. ADACIR FLORES: Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao corpo técnico da SMOV, através da Cristiane Gross, do Alan Furlan, pela apresentação do projeto, e dizer que se nós chegamos aqui foi como o trabalho de um polvo, com vários tentáculos. No CMDUA, nós aprovamos o projeto por unanimidade; a RP1, com os Conselheiros, o Professor Ibirá e o próprio Alan, o Jakubaszko, que não está aqui presente, também trabalhamos em conjunto. Sempre, através desta Casa, usamos a tribuna para trazer os problemas do Viaduto Otávio Rocha; participamos de algumas Comissões aqui. Porém, anotei algumas questões que gostaria que fossem encaminhadas, principalmente na Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude; entre elas, a questão de nós discutirmos os valores que nos são cobrados pela permissão de uso do viaduto Otávio Rocha. Hoje, em torno de cinco ou seis permissionários pagam rigidamente os valores, mas as questões estão mais avançadas: temos protocolado documento junto à SMIC, encaminhamos um processo para resolver os problemas, temos algumas ações de questão jurídica tramitando. Como já estivemos conversando com o corpo técnico e jurídico da própria SMIC, essa questão tem que ser resolvida politicamente: o Legislativo, o Executivo e nós, permissionários, devemos chegar a um denominador comum. Como estamos falando de um bem tombado, não pode ser meramente um espaço de especulação imobiliária ou vice-versa, e a prova é que em torno de quatro ou cinco entidades, e mais os camelôs do entorno, que usam duas lojas, desde a administração do então Ver. Cecchim, estão lá sem pagar um centavo sequer aos cofres públicos. Devido ao fato de estarmos em um bem tombado, temos que rever a questão dos valores que nos são cobrados, porque não queremos, enquanto permissionários, passar por caloteiros. Queremos pagar, sim, mas pagar o valor justo! Então gostaria que, na Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, começássemos a discutir isso, junto com a SMIC e com a Secretaria da Cultura, para resolvermos isso antes da restauração, porque nós somos parceiros, somos lutadores. A nossa filosofia é persistir e resistir, e nós trabalhamos sempre na busca de soluções, não apontando erros, mas buscando soluções.

Outra questão que gostaria de falar aqui é sobre a ideia de termos uma zeladoria tripartite: nós, os permissionários, os moradores do entorno do viaduto, os comerciantes e o próprio Governo, após a restauração do viaduto, porque nós aprendemos, enquanto permissionários, no decorrer desse processo, que nós não somos só comerciantes do viaduto, nós fazemos parte do monumento. Como fazemos parte do monumento, é como se ele fosse o quintal da nossa casa, o qual temos que cuidar, zelar. Isso nós aprendemos no decorrer do tempo. Antes não tínhamos essa concepção do que é um bem tombado, o que é um patrimônio cultural.

Outro detalhe que eu gostaria de colocar aqui, que nós vamos apresentar hoje à noite, numa das demandas do OP, na Temática de Desenvolvimento Econômico, Tributação, Turismo e Trabalho, uma feira junto aos arcos do viaduto - são 36 espaços. Essa feira existia anteriormente antes da reforma; após a reforma foi retirada a feira - não vamos entrar nos detalhes. Após a retirada desse pessoal debaixo do viaduto, começou mais vandalismo, assaltos, pequenos furtos - como o viaduto hoje se encontra. Então, nós queremos colocar uma feira lá, diária, nos 36 espaços que estão disponíveis nos arcos, em homenagem aos 25 anos do OP, fazendo as 17 regiões e as sete Temáticas, dando uma nova vida não só socioeconômica, mas cultural, envolvendo a Secretaria do Trabalho, Secretaria do Turismo e a Secretaria de Cultura, porque nós estamos falando do nosso Centro Histórico. A nossa história é uma história de luta, nós somos uma das capitais mais politizadas do Brasil; portanto, acho que é uma forma de demonstrarmos uma conquista que foi do povo, dos trabalhadores, dos operários, das pessoas da periferia, que é o Orçamento Participativo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Adacir.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.ª Jussara, apenas uma proposta de encaminhamento. O Presidente Adacir nos provocou; embora não estejam presentes no Plenário o Ver. Pujol, Presidente da Comissão, nem o Ver. Tarciso que é o Vice-Presidente, eu componho a Comissão, junto com o Ver. Dinho e o Ver. Garcia. Nós nos colocamos, sim, à disposição. Eu ia fazer uma proposta em relação ao tema de para onde encaminhar o, então fazer uma reunião chamando: IPHAE, IPHAN, Compahc, Epahc. Chamar todas as entidades, a própria Engeplus, que tem ideias – o Alan me falou –, para nós trabalharmos. Eu queria saber exatamente quando estaremos com o projeto pronto, para trabalharemos esse encaminhamento. Sobre tema dos permissionários estou espantada que vocês continuem no mesmo ponto de alguns anos atrás. Quero fazer um apelo ao Governo: tente uma reunião; vocês certamente têm uma proposta sobre esse tema da Associação, uma proposta aos permissionários sobre o tema dos recursos, dos valores. Se não for possível esse diálogo, mais uma vez, faço um apelo público: chamamos para uma reunião na Comissão de Educação para mediar o aluguel. Mas eu acredito que o Governo tem condições de chamar e entrar num consenso. Se não for possível, nós chamamos.

Vou sugerir, ao Presidente e ao Vice-Presidente, para chamarmos daqui a uns 15 dias, um mês – queria ter um parâmetro com os senhores para saber quando o projeto estará pronto – esse grupo de entidades e governos, até a Caixa, o Banrisul, para pensarmos alternativas para o financiamento desse restauro.

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Vereadora. O Secretário Mauro Zacher está com a palavra.

 

O SR. MAURO ZACHER: Vereadora, sobre os permissionários, eu vou encaminhar para o Secretário Goulart, que é o Secretário da Indústria e Comércio. Acho que ele pode vir à Câmara – se vocês irão convocá-lo –, ou realizar uma reunião lá para nós irmos encaminhando. Acho que é uma questão fundamental, faz parte de todo o contexto do projeto. Segunda questão, sobre o prazo; estou aqui com o engenheiro que é da empresa. Nós temos um cronograma com a empresa, que irá nos entregar até o dia 15 de abril, estamos pensando nesse período. Então, dentro do mês de abril é possível que estejamos com o projeto pronto; aí desenvolver ações que venham nos contemplar com esses recursos necessários para a obra.

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Eu creio que os encaminhamentos, então, ficam assim: após dia 15 de abril essa perspectiva junto com a Comissão de Educação - não está o Presidente e o Vice, então, Ver.ª Sofia, por favor, faça os encaminhamentos, porque é membro da Comissão e foi proponente. E essa perspectiva de uma reunião da SMIC com os permissionários. Acho que está encaminhado.

Quero, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, agradecer as presenças do Ver. Mauro Zacher, colega e Secretário de Obras e Viação, acompanhado da Cristiane Gross, Diretora dos Projetos Prediais da SMOV; o arquiteto Alan Furlan, que fez uma apresentação esclarecedora para esta Câmara Municipal. Quero agradecer ao Filisberto Luisi, assessor jurídico da Arccov, e ao Adacir Flores, Presidente da Associação. Acho que foi uma Sessão produtiva. Muito obrigada e uma boa tarde a todos.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje terá a presença da Associação dos Celíacos do Brasil – Acelbra/RS, que tratará de assunto relativo ao agravo da doença celíaca. O tempo regimental de 10 minutos para manifestação será dividido entre dois oradores. A Sra. Suelen Alves de Medeiros e o Sr. Alfredo Laydner Filho estão com a palavra.

 

A SRA. SUELEN ALVES DE MEDEIROS: Boa tarde. Eu sou Tesoureira da Acelbra/RS. Nós somos uma Associação de voluntários, tanto de diretoria quanto de membros, que luta pela causa dos direitos dos celíacos. Nós estamos aqui pedindo o apoio de vocês para a derrubada do Veto ao PLL nº 285/13, projeto que o Ver. Dr. Thiago nos ajudou a construir. O projeto foi feito pela antiga Diretoria, e o Alfredo foi um dos que ajudaram a escrever a lei. Agora ele vai explicar melhor sobre esse projeto de lei.

 

O SR. ALFREDO LAYDNER FILHO: Boa tarde. A Acelbra vem hoje aqui pedir ajuda das senhoras e dos senhores. A doença celíaca é uma doença grave que pode matar. Estima-se que ela mata mais de 40 mil crianças por ano, todos os anos. O Dr. Thiago, exaustivamente, trabalhou com a Acelbra, desde 2013, para construir esse projeto de lei, e, na semana passada, lamentavelmente, recebemos a notícia do Veto ao projeto. Por isso viemos pedir ajuda a todos para derrubarem esse Veto. É importante para nós a aprovação do projeto de lei. O celíaco, hoje, tem limitações físicas, emocionais, por que não dizer também sociais. As limitações físicas são fáceis de exemplificar: diarreia, vômito e vários outros sintomas desagradáveis. Uma das limitações emocionais pode ser exemplificada pelo seguinte: uma moça que passa pela repetição de abortos espontâneos, e não se sabe por quê. Nas limitações sociais, a gente não consegue frequentar lugares ditos como tradicionais. Essas situações viriam a ser bastante amenizadas com esse projeto de lei, então o nosso pedido de ajuda é porque esse projeto de lei se soma a uma legislação federal que já garante uma merenda adequada para as crianças que estão no ensino público, ela também prevê a adaptação de cestas básicas para famílias de celíacos carentes. Não adianta, senhoras e senhores, dar uma cesta básica para a família de um celíaco, se essa cesta básica contém farinha de trigo. É um veneno, é necessário tirar esse veneno da cesta básica desse celíaco. É uma adequação.

E também, o que nós queremos é a prestação de informação por parte dos empresários do setor gastronômico. Nós não queremos que eles se obriguem a nos atender. Ninguém é obrigado a nos atender. O que nós queremos é informação: aquele produto contém ou não contém glúten. Essa é a informação. Não queremos obrigar os restaurantes a terem pratos para veganos, para diabéticos ou para celíacos, mas, caso eles nos atendam, que nos prestem informação. Eles querem nos atender. Quando eu, Alfredo, saio para jantar, vou acompanhado do meu cônjuge, dos meus pais e dos meus filhos. Eu não saio sozinho, senhoras e senhores, e todos vão comer naquele restaurante que eu posso comer. Eu sou o único celíaco que está ali. Então é de interesse desse restaurante me atender, mas ele não quer assumir a responsabilidade de me dar uma informação. E, francamente, o preço que eu não quero pagar não é o de ter uma diarreia ou uma crise de vômito; eu não quero pagar o preço de desenvolver câncer, uma dermatite herpetiforme – nós temos imagens de algumas reações da doença celíaca para mostrar –, e tudo isso pela mera falta de vontade de prestar uma informação, por parte do estabelecimento. Vejam, o projeto de lei não obriga a nos atenderem, mas a nos darem uma informação segura. E aí, sim, caso queira nos atender, garantir que aquele produto, efetivamente, não tem glúten; caso contrário, haverá diarreia, o risco de desenvolver câncer de intestino, alguém vai sair com um problema de pele. Dermatite herpetiforme, para quem não sabe, é como o herpes que dá na boca, mas é no corpo inteiro. Aquilo dói e coça. Eu posso desenvolver diabetes, que hoje eu não tenho, enfim, posso ter uma série de problemas, por uma mera falta de informação. Todos nós temos responsabilidade. Eu trabalho aqui ao lado, sou auditor da Receita Federal, tenho responsabilidades no meu trabalho, os senhores têm responsabilidades no trabalho de vocês, todos temos responsabilidades, então não haveria por que quem deseja fornecer alimentação ficar isento da obrigação de ter responsabilidades também.

O nosso pedido de ajuda, hoje, é porque nós necessitamos derrubar esse veto que está nos tolhendo esse direito, considerando que esse projeto de lei vem somar como economia para o Estado. O Estado vai deixar de gastar, num segundo momento, em tratar câncer, diabéticos, em tratar abortos, retardos de crescimento em crianças, auxílio psicológico. O Estado, num segundo momento, ganha dinheiro, ou deixa de gastar dinheiro, e vai aplicar o seu recurso de forma muito melhor porque vai aplicar na prevenção e não remediar.

 

(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)

 

O SR. ALFREDO LAYDNER FILHO: O Projeto de Lei do Legislativo nº 285/13 prevê adequação de cestas básicas, merenda escolar, que se soma à legislação federal, e a prestação de informações por parte dos restaurantes. A nossa associação vem pedir ajuda em nome de um grupo bastante grande, maior do que se pode imaginar. Só no grupo do Facebook da Acelbra/RS, somos mais de 11 mil pessoas, isso considerando as pessoas que têm acesso à Internet e que têm Facebook. A associação existe há mais de 20 anos e já ajudou algumas centenas ou milhares de pessoas.

A doença celíaca é uma desordem sistêmica, existe uma propensão a ser celíaco que pode ou não se desenvolver em algumas pessoas. Não sou o cara mais adequado para falar sobre isso, não tenho conhecimento da área médica, meu conhecimento é outro; mas vamos lá. Ela se dá no intestino e atrofia as vilosidades, nas quais são absorvidos os nutrientes, vitaminas, sais minerais. Essa atrofia faz com que o celíaco tenha problemas de absorção de toda essa riqueza dos alimentos. O glúten é uma proteína presente no trigo, aveia, centeio e cevada. Parece pouco, mas são cereais amplamente utilizados na indústria alimentícia. Desafio todos a pegar um carrinho, entrar num supermercado, mesmo que de grande porte, esse desafio se torna maior em supermercados pequenos, e sair com um rancho no qual não contenha glúten. É uma coisa bastante difícil. A doença não tem cura, não tem remédio; o nosso único tratamento é a alimentação isenta de glúten.

Aqui temos uma rápida ilustração sobre problemas vasculares, gastrointestinais, ósseos – osteoporose, sobretudo.

Eu tinha 37 anos e tinha doença celíaca, posso ficar infértil; moças podem ficar inférteis, sofrer abortos, além de apresentar vários outros sintomas.

Aqui, vemos o intestino de uma pessoa normal e o de uma pessoa com a doença celíaca.

Aqui, o quadro típico da doença celíaca: inchaço abdominal. Não dá para ver, mas o bumbunzinho da criança não existe, há atrofia.

Senhoras e senhores, é isso que eu não quero que aconteça com um celíaco quando vai a um restaurante, não tem informação e o celíaco tem dermatite herpetiforme: herpes no corpo inteiro, nádegas, costas, pela má informação ou falta de informação.

Osteoporose – eu tinha 37 anos e já tinha, se eu caísse aqui, eu me quebrava todo. Está tratada, felizmente. Artrite, enfim, “n” doenças.

Hoje, eu fiquei feliz, a nossa Presidente, que, lamentavelmente, pelo horário, não conseguiu ficar, está grávida, graças a Deus. Está numa dieta isenta de glúten e conseguiu engravidar. Muito provavelmente, se ela não tivesse notícia desta doença, não teria conseguido esta dádiva. É isso. Muito obrigado pela atenção. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. THIAGO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu só quero, novamente, enfatizar que este não é um projeto do Ver. Dr. Thiago, não é um projeto específico; é um projeto de construção coletiva com a Associação, com diversos Vereadores. Eu, pontualmente, protocolei este projeto, mas é um projeto que foi construído a muitas mãos, no ano de 2013. Foi um ano de discussão com nutricionistas, com médicos, com celíacos, com o Sindicatos dos Bares e Restaurantes. Inclusive, a camisa que tu vestes tem o auxílio do Sindicato dos Bares e Restaurantes. Então, na verdade, queremos enfatizar esta construção coletiva e dizer que este é um projeto da sociedade de Porto Alegre. E não é inconstitucional, assim como não foi inconstitucional nos mais de dez municípios que já têm lei parecida – primeiro aspecto. Segundo aspecto: é um projeto, Ver.ª Lourdes, de acesso à informação. É, prioritariamente, um projeto de acesso à informação. As pessoas têm que ter o direito de saberem do que estão se alimentando, principalmente quando esse alimento é tratamento! No caso do celíaco, é uma patologia que não tem tratamento; o tratamento é a alimentação. A pessoa tem que ter acesso a essa informação! Quero pedir aos meus Pares no sentido de que este projeto possa ser aprovado, como já foi. Então, que a Câmara possa manter a sua independência e realmente olhar para a sociedade e poder identificar situações graves, como a desnutrição. Não são só as erupções que tu falaste; é também a desnutrição. Crianças desnutridas. Então, que possamos olhar principalmente nessas situações mais agudas e poder, realmente, dar acesso à informação para as pessoas.

Quero dar aos parabéns pela luta de vocês. A infertilidade realmente é um dos problemas. Eu, que sou gineco-obstetra observo isso. Muitas vezes, quando a gente não encontra a causa da infertilidade, vai-se examinar a fundo e verifica-se que essas pacientes acabam fazendo o diagnóstico de doença celíaca. Talvez, dentro do espectro de doença, uma forma mais amena; mas, sem dúvida nenhuma, uma forma que também afeta a expectativa de vida, de construção de família dessas pessoas.

Então, o que eu espero é a ajuda dos meus Pares para que possamos dar mais um sinal da independência da Câmara, Ver. Bernardino Vendruscolo, dar coerência da manutenção dos votos dos Vereadores, e, sem dúvida nenhuma, um sinal para a sociedade de que, realmente, estamos preocupados com determinadas patologias que afetam a vida das pessoas. Agradeço muito a presença de vocês aqui e quero enfatizar que esse não é mais um projeto do Ver. Dr. Thiago, é um projeto da Câmara, foi a Câmara que o aprovou, portanto a Câmara, por coerência, deve manter a sua posição. E, para ser bem claro e bem franco, todos nós temos votos entre os celíacos; então, não é um projeto do Ver. Dr. Thiago, é um projeto de todos os Vereadores, é um projeto da Cidade, é um projeto que vai melhorar a qualidade de vida das pessoas, dando um simples acesso à informação. Para terminar, Ver.ª Jussara, a justificativa de que não é factível não pode ser entendida por esta Casa como uma justificativa plausível, porque o restaurante desta Casa diz se o alimento contém glúten ou não. Então, o que os celíacos querem é ter o mesmo acesso à informação que os Vereadores e servidores desta Casa têm. Muito obrigado pela oportunidade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Ver. Dr. Thiago. A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Falo pelo PSOL, quero cumprimentar a Associação de Celíacos do Brasil, Sr. Alfredo e Suelen, e dizer ao Ver. Dr. Thiago que nós, da Bancada do PSOL, vamos manter a nossa coerência. Acho que é muito importante essa cobrança que o Ver. Dr. Thiago fez nesta tribuna. Nós vimos aqui na Câmara, Suelen, Alfredo e todos os representantes da Associação que acompanham, uma fábrica de vetos, uma série de projetos importantes para a Cidade foram aprovados e todos vetados pelo Governo Municipal, projetos fundamentais como este, que fala do direito à informação. Não é proibição de comercialização nem nada do gênero, apenas a informação para que os celíacos possam ter o seu remédio, que é uma alimentação adequada. Eu agradeço a apresentação de vocês sobre os impactos da doença e o que pode acontecer quando não se tem uma alimentação adequada, acho que foi muito explicativo. Fico triste pela falta de vários Vereadores e Vereadoras que deveriam ouvir essa apresentação, porque, no momento da votação, segunda-feira, estarão com algo fundamental nas mãos, na hora de fazer seu voto. Ouvir a fala de vocês seria fundamental para mostrar que nós não estamos falando como situação e oposição, estamos falando de um projeto importante para a Cidade, de um projeto importante para milhares de pessoas: 6% da população, como disse a Suelen. Nem sabia! São 6% da população que não têm o direito à informação nos restaurantes e que podem ter questões graves à sua saúde em função de uma coisa tão pequena: dizer, como fazem aqui na Câmara, que o alimento contém ou não contém glúten, simples.

Quero deixar registrado o meu apoio e do Ver. Alex, nós dois vamos votar contra o Veto, na segunda-feira, mas nós queremos muito que esta Câmara mantenha essa coerência e derrube o Veto, porque nós queremos mostrar independência e, ao mesmo tempo, combater essa lógica dos vetos autoritários que vêm, na verdade, prejudicando a cidade de Porto Alegre. Contem conosco na segunda-feira.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Ver.ª Fernanda Melchionna. A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sra. Presidente, quero cumprimentar o Sr. Alfredo, a Suelen, que aqui estiveram falando, por comandar essa Associação muito importante para o esclarecimento da população, porque muitas vezes o diagnóstico não é imediatamente identificado, porque nem sempre se encontra um profissional ambientado e que tenha essa especialização.

Também quero dizer que somos favoráveis à derrubada do Veto desse Projeto, assim como outros que são importantes para a Cidade e que, independente de partido, nós devemos pensar é na população. Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Vereadora. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.ª Jussara Cony. Eu agradeço muito, sempre aprendo demais com as entidades, com essas associações que reúnem pessoas com essas doenças. Estou encantada com a Medicina, porque a Medicina descobriu coisas como, nesse caso dos celíacos, que é só uma mudança de alimentação. O que a gente tinha antes eram adoecimentos, perdas irreparáveis. Então, é inaceitável que essa informação das descobertas científicas não possa chegar aos cidadãos.

Eu, o Alfredo, a Suelen, Dr. Thiago, nós estamos lutando para derrubar esses vetos. A oposição tem compromisso, mas nós queremos o compromisso da base do Governo para derrubar esses vetos. É inaceitável, é escandaloso! Esta semana vai ser de muita luta aqui, porque há vários projetos, mas esse é emblemático. Parabéns pela luta de vocês! Nós queremos aproveitar a TVCâmara, e que a sociedade se manifeste para os Vereadores, para que derrubem o Veto, porque acho que a Câmara tem uma sensibilidade, essa escuta, de receber várias entidades. E um Governo que governa com o seu Legislativo erra muito menos e ajuda muito mais a população. Nós estamos à disposição dessa luta belíssima de vocês. Obrigada por ofertarem a esta Casa, através do Thiago, a possibilidade de ajudarmos, e contem conosco para ir adiante. Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sra. Presidente, também quero cumprimentar todos e dizer que vamos nos somar a esse grupo que busca a derrubada do Veto, assim como esse Projeto e outros, e chamar a atenção para uma questão pedagógica.

Vejam as senhoras e os senhores que só ouvindo essas falas, hoje, nós contribuímos, com certeza, muito com a nossa população, porque a TV está transmitindo. E com o depoimento dos senhores, dos demais Vereadores e do autor, que é médico, só hoje nós já contribuímos. Com certeza, é acima de tudo pedagógico. A única dificuldade que se vê, naqueles restaurantes nos lugares mais longínquos, vamos dizer assim, é receberem essa informação de como eles podem instruir. Mas nós vamos nos somar a esse grupo que busca a derrubada do veto. Parabéns.

 

(Não revidado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sra. Presidente, Ver.ª Jussara Cony, quero, primeiro, manifestar a minha alegria por vocês estarem aqui. Vocês defendem um contingente enorme e surdo do nosso País. E hoje é questão de Saúde pública. Ao longo de toda a história da humanidade, muitas e muitas pessoas tiveram essa doença, e não ela era detectada. No momento em que hoje é detectada e, cada vez mais, graças à comunicação, é possível dizer que nós temos, sim, que criar mecanismos para impedi-la, na origem, para que as pessoas possam ter uma vida melhor, com mais saúde. Portanto, também quero parabenizar o Dr. Thiago e dizer que nós seremos solidários nesse veto. Parabéns.

 

(Não revidado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RODRIGO MARONI: Queria também fazer uma saudação especial ao pessoal da Associação aqui. Mais do que uma causa – até comentava ali com o Dr. Thiago – dos celíacos, digo que vocês nasceram com uma sorte: queríamos nós todos ter essa necessidade de se alimentar com uma dieta celíaca. Todos nós teríamos uma vida mais longa, mais saudável, e, seguramente, com mais qualidade. Porque as maiores doenças são causadas por alimentos que os celíacos não consomem. Talvez se houvesse, para além de uma dieta celíaca, uma dieta geral celíaca, a gente conseguiria salvar muita gente de ter infarto, câncer; assim teriam uma alimentação saudável. Faz mais ou menos dois anos que comecei a seguir uma orientação celíaca, sem ser celíaco. Larguei um pouco, nesses últimos oito meses, larguei a dieta mais restrita celíaca e voltei a ficar meio gordinho, porque, quando te alimentas bem, teu corpo responde de outra forma. Mas quero dizer a vocês parabéns. Eu acho que, cada vez mais, a gente tem que dar visibilidade a esse tema, não só nas políticas públicas, mas levar esse tema aos colégios, em palestras. Há muita gente que não sabe, há muita gente que desenvolve isso depois de anos. Eu conheço pessoas que comentaram que, com vinte e poucos anos, foram descobrir que tinham um nível elevado de problemas com a própria saúde e não sabiam por quê. Só mais tarde descobriram que eram celíacos. Nem mesmo a própria Medicina, Ver. Dr. Thiago, muitas vezes, não consegue ter uma orientação assertiva sobre a origem do problema. Então, em nome da Ver.ª Jussara Cony, que é a nossa Líder, e do PCdoB, a gente também está solidário à causa e vamos estar acompanhando o pessoal para que seja derrubado este veto. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Antes de finalizar o período da Tribuna Popular, Ver. Dr. Thiago, ao cumprimentá-lo, eu acho que, em nome de todos nós, ressalto a importância de como foi discutida essa questão na Comissão de Saúde e Meio Ambiente e que originou esse projeto. Eu acho que essa é uma dinâmica importante, todos devem saber do significado das Comissões, e, sob a Presidência de V. Exa., esse projeto foi aprovado, se não me engano, por unanimidade.

Eu estou na Presidência e, portanto, não tenho como ir ao microfone de apartes, já falou por mim o Ver. Maroni, da nossa Bancada, mas eu creio que uma forma correta de finalizar esta Tribuna Popular - e agradecemos muito pela participação de vocês - é dizendo que nós estaríamos resgatando, para a cidade de Porto Alegre, o conceito hipocrático: seja o teu alimento o teu remédio, seja o teu remédio o teu alimento. Acho que esta Câmara tem uma grande responsabilidade. (Palmas.) Então, agradecemos a presença da Sra. Suelen Alves de Medeiros e do Sr. Alfredo Laydner pelo significado do que vocês estão fazendo pela Associação dos Celíacos do Brasil, na nossa Seção do Rio Grande do Sul, pela saúde da população celíaca e de nós todos. Eu acho que o Ver. Maroni foi muito feliz quando ele trouxe esse outro olhar também para todos nós. Muito obrigada. Parabéns! (Palmas.)

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h26min.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony – às 16h27min): Estão reabertos os trabalhos. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.ª Jussara Cony, Presidente; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, quero encerrar a nossa participação na Sessão desta quinta-feira, falando em nome do Partido do Trabalhadores sobre a emoção e o orgulho que foi participar, no dia de hoje, da jornada de lutas dos movimentos sociais que, desde cedo, a partir das sete horas da manhã, se concentraram diante da Refap da Petrobras, uma terceirizada da Petrobras, aqui em Esteio, lutando pela defesa da Petrobras pública, pela defesa da democracia brasileira e pela defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Lá estavam os movimentos do campo, centrais sindicais, trabalhadores autônomos, professores, Sindicato dos Professores, e, ao mesmo tempo, logo depois, em várias manifestações, aqui, na cidade de Porto Alegre, essas entidades buscavam esses direitos.

O movimento dos produtores de leite se manifestou na frente da Secretaria de Agricultura. Na frente do IPE – Instituto de Previdência – estavam os professores; na frente da Prefeitura de Porto Alegre, chamados pelo Simpa, os municipários, as municipárias. Todos esses movimentos, cada um na sua especificidade, na sua autonomia, com partidos políticos de esquerda, apoiando centrais sindicais, na luta por trabalhadores, hoje se manifestavam no Rio Grande do Sul aos milhares. Concluíram o ato na frente do Palácio Piratini e, na sua diversidade, tinham uma unanimidade: que através da democracia, no aprofundamento democrático deste País, é que se deve continuar a construir os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Então, se por um lado... e eu que sou do Partidos dos Trabalhadores sei e estava nesses movimentos lutando contra a política econômica que possa causar recessão, que possa tirar ganhos salariais, ou que reduza empregos, questionando essa política econômica do estado mínimo, do ajuste fiscal, questionando medidas que restringem o ganho dos trabalhadores. Essa era a pauta dos trabalhadores, uma pauta legítima, apoiada pelo nosso Partido, que se manifesta nos movimentos sociais.

Por outro lado, trabalhamos todos esses movimentos, todos, partidos e centrais sindicais, Ver.ª Jussara, por uma reforma política que liberte, e acho que a Ver.ª Jussara deve falar pelo PCdoB, que liberte os mandatos do poder econômico, das contribuições milionárias de campanha, que formam hoje bancadas suprapartidárias, que não têm compromisso com o país nem com a democracia. Têm compromissos com setores econômicos, com reivindicações específicas de temáticas suprapartidárias, que submetem os interesses gerais do País aos seus interesses específicos.

Mas mais do que isso, as empresas que, na ADin – ação de inconstitucionalidade – a OAB entrou junto ao Supremo Tribunal Federal, têm desvirtuado o sistema político-eleitoral que compõe a representação dentro da nossa democracia. Porque são milhões, e eu já disse desta tribuna, milhões que chegam a todos os partidos que influenciam decisivamente nesse Congresso, essas mesmas empresas nunca vimos questionando; apenas falando sobre os impostos, mas não vimos esses empresários questionando que eles têm que dar contribuição na campanha. Nunca vi esses empresários questionando que dão propina. Portanto, esses grandes empresários brasileiros têm interesse em manter esse sistema político.

E o conjunto dos movimentos que estavam nas ruas hoje são movimentos de luta, são movimentos que querem um Brasil mais justo, mais profundamente democrático. E que, na arena da democracia, se manifestem as divergências e que não se retroceda no sistema político brasileiro. Todos eles são unânimes em dizer que financiamento empresarial das campanhas é nefasto à democracia ...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Encerro, então, neste tempo, dizendo que me emocionei, em muitos momentos, ao ver trabalhadores, pequenos agricultores, professores, a juventude nas ruas da cidade de Porto Alegre, desde Canoas até aqui, repudiando aqueles que com a cara escondida, sem CPF, sem rosto, sem assumir a sigla estão puxando atos que são legítimos. Toda manifestação de rua é legítima, toda manifestação brasileira em relação às políticas públicas é legítima. Agora, não é legítimo chamar impeachment, chamar golpe, querer ganhar eleição fora da eleição, querer discutir seus interesses numa outra lógica que não a lógica democrática. Então, hoje, este ato muito legítimo e importante é o nosso ato: ato por direitos, pela defesa da Petrobras pública e pela democracia brasileira.

(Não revisado pela oradora.)

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, na última semana, a população tem demonstrado novamente que as redes sociais – eu milito muito nessas redes sociais – são o meio utilizado para a divulgação de protestos e insatisfações com o Governo. Quem está conectado diariamente sabe com que intensidade se dá a participação de cada um e também quais as suas causas. Hoje podemos dizer que a realidade está no posto de combustível, na tarifa de energia elétrica, no supermercado, no número de assassinatos, nos grupos de adultos e adolescentes dependentes de drogas, na disparada do dólar; e a realidade está na corrupção que destrói a Petrobras. Apenas para expor a batalha virtual nesse fim de semana entre críticos e defensores da Presidente, temos um resultado divulgado no jornal Folha de São Paulo, que, só no fim de semana, registrou, no Twitter, 320 milhões de impressões contra o pronunciamento da Presidente, e 286 milhões a favor. Mas a palavra “panelaço” foi registrada em 156 milhões desses posts.

Sem dúvida, Sra. Presidente, as conversas estão cada vez mais politizadas não somente pela classe média de pele branca, nem apenas pelos fantasmas golpistas da direita, mas pelos jovens que ficaram sem vagas nas universidades e sem esperança pelo corte de 32 milhões de verba no Ministério da Educação, pelos milhares de trabalhadores demitidos dos canteiros de obras paralisadas pela corrupção da Petrobras.

Ontem, o Ver. Clàudio Janta, emocionado, fez o seu pronunciamento porque ele representa o movimento nacional e sindical em defesa dos trabalhadores. Realmente, quem tem sensibilidade sabe que não é tão simples saber de tantas pessoas que poderão perder o emprego, que não terão o que colocar à mesa por conta da corrupção, que traz as suas nocivas consequências. Sabemos também que esse ambiente está efervescente, é manifestação por aqui, por ali. E, pelas redes sociais, se prepara mais uma: um grito de protesto está marcado para o próximo dia 15 de março. Desejo que seja pacífica, que cada um expresse o seu descontentamento de forma democrática.

Todos nós, independente de classe social ou credo político, estamos perplexos com o depoimento de um dos presos por corrupção da Petrobras ao declarar, na Câmara da CPI, que as propinas que recebeu inicialmente eram para si próprio e, depois, foram institucionalizadas, e que esse é um caminho sem volta. Esse mesmo senhor, que prometeu devolver U$ 97 milhões, autorizou, sim, a repatriação, e o Ministério Público repatriou, ou está repatriando, da Suíça, R$ 182 milhões pela delação premiada. Então, esse homem, de repente, teve uma crise de desapego, não quer mais os U$ 97 milhões e vai devolver tudo ao Brasil. Mas será que ele era o dono, o responsável por todo esse dinheiro, ou era um guardião? Isso nós vamos ver com o aprofundamento das investigações.

E tem mais: quantos milhões os corruptos presos receberam em propinas assaltando os cofres da nossa principal empresa estatal? Talvez mais do que a piscina cheia de euros que o Imperador, da novela Império, achou. Desejamos que esse dinheiro seja repatriado para o País, para a nossa Petrobras.

Sra. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós, aqui, estamos num pequeno universo, na cidade de Porto Alegre, e ficamos a refletir: como dar esperança aos cidadãos, aos jovens, a quem entrega o seu futuro à classe política? Por que ainda não conseguimos fiscalizar e interromper os fluxos de corrupção com toda a tecnologia e legislações existentes? Tudo à disposição dos órgãos competentes, que devem proteger os recursos públicos. Por que, hoje em dia, os doleiros – agora chamados de operadores – transitam nas altas rodas sociais com um guarda-roupa impecável, transportando sacolas ou mochilas cheias de dólares e fazem pronta-entrega em hotéis e restaurantes de primeira linha?

Mas diante de toda essa ilusão criada pelos salvadores do mundo, os homens e mulheres que trabalham e dão duro para criar os filhos, para pagar impostos, que respeitam a polícia e o Estado e se preocupam em cumprir as leis, estes cidadãos, com certeza...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: ...Eu vou terminar. Esses cidadãos, com certeza, estão protestando, mas, ao mesmo tempo, aplaudindo o trabalho – e eu aplaudo – da Polícia Federal Republicana, que trabalha para o País e não para um Governo estão aplaudindo a coragem e a determinação do Juiz Federal do Paraná Sérgio Moro, e eu aplaudo. Aplaudo o trabalho de homens do Ministério Público Federal, porque essas são pessoas e instituições capazes de nos desenvolver alguma esperança fazendo justiça. Por tudo isso, apesar de todos os problemas, de todas as decepções, não devemos abrir mão do mandato constitucional que legitimamente foi conquistado. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RODRIGO MARONI: Eu quero fazer uma saudação a todos os Vereadores aqui presentes; à Sra. Presidente, Ver.ª Jussara Cony; ao pessoal que nos assiste em casa e aos poucos que se encontram aqui nas galerias; eu queria hoje falar sobre três assuntos. Um deles é sobre – quero ver se apresento nos próximos dias – implementar algum projeto para que se possa ter algum período de ioga nas escolas. Eu estava lendo uma matéria que falava sobre a educação zen e sobre alguns países que implementaram ioga para as crianças. São países que não fazem parte da cultura ocidental.

Tu, Professor Garcia, sabes bem lidar com crianças, que estão no ápice do hormônio e da agitação. Eu fui uma criança hiperativa. Eu digo que perdi muitos anos de minha vida, apesar de não ter repetido nenhum, mas era muito mais por sorte do que por qualquer outra coisa, porque eu era absolutamente agitado quando criança. Talvez, se tivesse tido ioga e meditação na minha época, eu tivesse qualificado mais a minha educação.

Na matéria que eu lia, mostrava que, nesses países, as crianças que tinham até 20 minutos de exercício de meditação, ou ioga, mesmo em períodos suplementares à escola, rendiam muito mais em notas e em concentração. Então, é um dos projetos que quero apresentar muito em breve, aqui na Câmara de Vereadores, para as escolas do nosso Município na medida do possível, pois, obviamente, não é uma mudança radical. Na Índia, por exemplo, as crianças nascem aprendendo, Bernardo, ioga e meditação, é como o futebol para nós. É difícil um brasileiro não nascer jogando bola, ganhando uma bola. Seguramente, se poderia garantir uma outra qualidade de educação se a gente conseguisse aprovar um projeto... E eu quero falar com a Márcia para pensarmos algo para ver como... Mesmo que fosse um Indicativo para o Executivo, Márcia, mas que possamos apresentar algo sobre isso.

Outro assunto que gostaria de comentar é que, ontem, eu estive no Amparo Santa Cruz. Talvez muitos dos meus colegas já conheçam esse Amparo. É um amparo que hoje abriga 250 crianças carentes da região do Belém Velho e mais em torno de 60 idosos, que são residentes. Esse Amparo resiste há mais de 70 anos, é um casarão de alguns hectares ali no Belém Velho, e eles precisam dos mais diversos tipos de colaboração. Eu venho a público pedir justamente isso, porque eles precisam de apoio financeiro de empresas, porque eles estão com o telhado lá do galpão cujo aluguel é boa parte da renda deles. Para manter essas pessoas, eles têm curso de padaria, curso de informática... E o Padre José, que comanda esse projeto muito bem feito, pede todos os tipos de colaboração. A Câmara Municipal, inclusive, poderia pensar em apresentar alguma emenda, Ver.ª Jussara – tu, como Presidente – para colaborar com esse lar que faz um trabalho muito bonito mesmo, os idosos que estão lá são muito bem assistidos. Só que, lamentavelmente, não temos tudo lá, sempre falta alguma coisa e eles vivem de doações. É um lar católico, muito religioso, e as crianças lá, seguramente, estão muito bem. Eu fui bem no horário da alimentação deles, e eles vivem de donativos. É uma coisa emocionante, inclusive eu convido a quem puder que vá conhecer.

E, hoje, pela manhã, eu estive no Instituto da Criança com Câncer Infantil, trabalho também conduzido pela Denise, que já tem alguns anos, que foi instituído pelo Doutor cujo nome não lembro, junto com o Lauro Quadros, e hoje é bem conhecido no Estado do Rio Grande do Sul, e também, muitas pessoas não sabem, sobrevive de doações. Tem aquele dia do lanche, em que toda a renda do lanche é doada para o Instituto do Câncer; tem as corridas que mantém o Instituto do Câncer. Hoje eles atendem 2 mil crianças com câncer. Eu entrei hoje de manhã lá, vi aquelas crianças carequinhas, em tratamento, com dois anos, três, dez anos, é algo que emociona. E o Instituto do Câncer precisa demais de emendas aqui da Câmara. Ver. Pujol, tu que és mais experiente que eu, também a Ver.ª Jussara, eu queria que vocês, inclusive, ajudassem a ver como poderíamos fazer. Eles já receberam algum valor, em 1996, para construção da sede; hoje ela ficou muito pequena, porque eles atendiam 20% do que atendem atualmente. Hoje chega a 2 mil o número de crianças atendidas por mês no Instituto do Câncer Infantil. Então, quer dizer que é necessário que a Câmara se envolva para buscar projetos no Município, no Estado e até na União para colaborar.

E, para finalizar, eu queria fazer uma saudação à minha colega Jussara, que estava me comentando que hoje de manhã esteve envolvida nas mobilizações, envolvida nas mobilizações, chegou aqui, sempre ela...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu posso inclusive subscrever o discurso final do Ver. Maroni referente a sua pessoa, e o faço com satisfação. Eu, lamentavelmente, vou tratar de um tema que, sinceramente, não gostaria de tratar, até porque acho que a discussão histérica em torno dele não conduz à coisa nenhuma. Agora, com a mesma sinceridade com que fui acusado por alguns companheiros, de eu ser omisso com relação a esse tema, eu digo que a gente não pode simplesmente deixar que se inverta uma situação e que se estabeleça agora, Ver.ª Sofia – no meu entendimento –, tardiamente, uma cortina – aspas – de proteção à Petrobras, depois que ela foi saqueada, roubada violentamente como foi nos últimos anos. Nós, há mais tempo, até em outras legislaturas, Ver. Casartelli, alertávamos sobre essa situação. Nós alertávamos que existia algo de podre, não no Reino da Dinamarca, mas na própria Petrobras. E esses avisos dados eram ditos como histeria de uma oposição inconsequente que o meu partido representava neste País, por ser um dos raros que não participou do butim do primeiro período do Governo Dilma, que resultou nessa situação que hoje estamos registrando.

Quero que isso seja muito claro, que estou na linha do ex-Presidente Fernando Henrique, não estou na linha daqueles que querem, a qualquer custo, o impedimento da Presidente. Acho que outros caminhos nós podemos construir. Mas também não posso ficar assistindo, impavidamente, a essa colocação de que vamos proteger a Petrobras agora! Mas proteger de quem? Já roubaram tudo que podiam roubar da Petrobras. A Ver.ª Lourdes, quando vem aqui falar, chega a dizer... Tem algumas coisas, Presidente, que a gente treme quando ouve. Algumas pessoas boazinhas dizerem que vão devolver milhões de dólares, em horário nacional, para, em delação premiada, reduzir a pena a que serão, provavelmente, submetidas.

Então eu quero ser muito claro no seguinte: a Petrobras, orgulho nacional; a Petrobras do Gabriel Passos; a Petrobras do Petróleo é Nosso não é essa que está hoje aí: roubada, saqueada, vilmente saqueada, num butim inexplicável jamais imaginado que pudesse acontecer. Querer, agora, inverter o jogo diante do risco de contestações políticas as quais não subscrevemos, vir tardiamente, num discurso de proteção à Petrobras, é – desculpe a expressão – farisaísmo, porque, agora, já “cantou a cotovia”. O que nós podemos é limpar a Petrobras e fazer um esforço nacional, do qual vai ter que participar todo o povo brasileiro, o qual já participa, há muito tempo, pagando imposto, pagando um petróleo caro, pagando gasolina cara, pagando óleo diesel caro, pagando o CIDE, todos esses tributos que são incidentes no custo dos derivados do petróleo. Todos esses tributos que o povo paga, vai ter que pagar mais ainda. Não há dúvida de que, dentro de meses, será majorada novamente a gasolina e majorado, mais uma vez, o óleo diesel. Esse é um tributo que nós não vamos escapar.

Queira Deus que todos se somem, para que, de um lado, o País suporte esse sacrifício para salvar a nossa Petrobras, e, de outro, para que se criem mecanismos pelos quais os ladrões, de toda a ordem, não voltem a surrupiá-la, como a surrupiaram até agora. Era isso, Sra. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, colegas aqui desta Câmara, pessoal que nos assiste, meu amigo Gilmar Drago, grande militante comunitário. Eu vou tocar em dois assuntos. Nem vou tocar em assuntos da Petrobras, acho que nós já temos situações... Hoje mesmo estava lendo sobre uma questão generalizada: um senhor que embolsava grande parte desse dinheiro para redistribuir a corruptos, tinha dinheiro na Suíça. Esse canalha, corrupto, ladrão, tirando, muitas vezes, dinheiro da boca de quem passa fome, daquela pessoa da periferia, desempregada que tem de entrar em filas em postos de saúde, tem de esperar uma Bolsa Família para poder comer. Esse canalha tirou um dinheirinho da Suíça - apenas um montinho e botou na conta da sua filha, que tem um Facebook, pintado de verde e amarelo e diz que é contra os políticos corruptos. Que bom! Que ela se junte a nós, que também somos contra os políticos corruptos. Eu, além dos políticos corruptos, sou contra os pais corruptos.

Algumas situações, senhores: os moradores da Vila Nova me ligaram hoje pela manhã, disseram que o posto policial de lá está sendo desativado, sem o conhecimento da comunidade; da comunidade que luta, que paga impostos e que está à mercê de policiais. Policiais que não terão horas extras; que vão ter de entrar na Justiça para evitar que cortem ou parcelem os seus salários, como se não tivessem filhos nas escolas, não tivessem de pagar despesas, aluguéis. Existem 600 policiais civis, quase mil brigadianos, um número imenso de bombeiros para entrar e que esperam na fila. Esses mesmos policiais que não receberam um tratamento diferenciado, assim como a Educação e a Saúde, porque Segurança é prioridade, sim. E aí, por questões administrativas, estão fechando os postos da Brigada Militar nos bairros. É sempre assim, senhores, troca comandante, troca administração e o encaminhamento de uma gestão. Uma hora vale, e a comunidade coopera, a comunidade compra material, a comunidade doa material... Um exemplo é o Posto de Ipanema. A comunidade deu bicicleta, gasolina, motos. E, de uma hora para outra, sem ouvir aquela comunidade, sabendo que ela tem a necessidade de ter o sentimento de segurança de passar e ver aberto o seu postinho da Brigada Militar...

Então, eu peço aqui ao Comando da Brigada que reveja o assunto e que este seja o único que esteja fechando e que possa ser reaberto amanhã mesmo.

Ontem, eu ouvi um pronunciamento em que diziam que o Governo Municipal só botava luz em zona de burguês. Fui cobrar isso, solicitar uma lâmpada na frente do Colégio Odila Gay da Fonseca, em Ipanema. Aí eu recebi os relatórios da SMOV: 4 mil pontos em Porto Alegre; 927 no entorno do Centro Histórico; mais reforma nas Praça da Encol, Parque Farroupilha, Parcão e Marinha. Então, senhores, algumas verdades não são bem verdades. Simplesmente fazer oposição torna-se muito fácil, às vezes. Existem demandas. muitas e muitas demandas! Lá no Beco do Cego estão esperando, mas que tem sido feito, tem. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Carlos Casartelli está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS CASARTELLI: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, boa tarde. Na verdade eu vou falar de um assunto que tem sido bastante repetido, inclusive vários Vereadores subiram a esta tribuna para falar sobre esse tema, mas é um tema que tem preocupado a todos nós ultimamente: a questão das manifestações e da divisão que está ocorrendo, que, na minha opinião, é bastante perigosa. Acho que nós estamos, de um modo geral, brincando em relação ao futuro do nosso País.

Nós tivemos uma eleição. As pessoas escolheram um Presidente, escolheram um Governador, escolheram Deputados, Senadores. E os votos foram colocados lá na urna. E se os votos foram colocados na urna, até provar o contrário, esses votos precisam ser respeitados. Então, voto é voto.

Acho que todas as manifestações que estão ocorrendo são válidas, têm que ser aceitas, mas temos que reconhecer a responsabilidade do Parlamento em perceber este momento perigoso da vida do País, porque há uma geração de crianças, adolescentes e adultos jovens que não acompanharam o momento da ditadura. Tivemos, neste País, uma ditadura que foi algo extremamente deletério para a vida nacional. Eu já trouxe esse tema no meu primeiro dia como Vereador, refiro que temos muitos adolescentes e jovens que não acompanharam a história da ditadura deste País. Passamos por uma abertura política muito difícil, estamos, hoje, com uma contestação, com alguns jovens – e a gente escuta isso ainda de uma forma muito pequena -, algumas pessoas de uma faixa etária menor, dizendo que talvez um pouco de ditadura fosse bom.

Um pouco de ditadura não é bom. Voto é voto - teve jornalista que disse, e eu vou repetir -, urna é urna, panela é panela e viva a democracia! Então, temos que ter muito cuidado porque nós não podemos ficar dividindo entre brasileiros burros, que votaram em A, e brasileiros não burros, que votaram em B. Isso é um desrespeito com o direito de as pessoas escolherem os seus candidatos. Acho que este é um momento muito difícil da vida nacional; nós temos que ter muito cuidado na forma como nós nos colocamos em relação a essas manifestações, tanto com relação à que houve hoje como com relação à do próximo dia 15 – todas elas têm de ser respeitadas, mas antes de qualquer coisa, o que nós temos que respeitar é a democracia Eu não estou defendendo aqui quem foi corrupto, mas defendo, sim, a democracia; defendo, sim, a Petrobras, que é uma empresa estatal, algo que sempre foi orgulho dos brasileiros, e não é por este momento que a Petrobras passa que nós vamos, simplesmente, acabar com ela. Nós temos que defender as nossas instituições, o nosso Parlamento, mas, principalmente, temos que defender a democracia.

Todas as manifestações são bem-vindas, mas com respeito àquilo que temos de mais sagrado, que é a democracia, que nós demoramos muitos anos, mais de duas décadas, para conseguir fazer com que retornasse ao nosso País. Então, cuidado, temos que ter muito cuidado, temos que saber que futuro queremos para as nossas crianças, para os nossos filhos, que País nós queremos. Se nós queremos um País que tenha alguma chance de melhorar, certamente é tendo respeito ao voto e à democracia. E aqueles que realmente fizeram algum ato de corrupção que paguem, sejam políticos, sejam pais – como disse aqui o Delegado Cleiton –, sejam jovens adultos, adultos, mulheres, homens, empresários, que paguem pelos seus atos, mas a democracia vem antes de tudo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Ver. Carlos Casartelli. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver.ª Jussara Cony, presidindo os trabalhos, nossos cumprimentos; senhoras e senhores, eu também estou muito preocupado – muito preocupado! Vou falar de algumas preocupações, vou num segmento: uma delas são os buracos desta Cidade, as obras inacabadas. Agora, vi que tem um procedimento que tapa os buracos com a maior urgência; aliás, ainda não tinha me dado conta que funcionava tão bem: vai lá, faz um vídeo, grava um relato, posta nas redes sociais e funciona. Então, os senhores que estão nos assistindo, se tem um buraco na sua rua, façam um vídeo, uma fotografia e mandem para os Vereadores. Funciona que é uma maravilha! Os homens que são responsáveis por esses consertos, eu tenho a impressão que a maioria deles – não são todos, eu não gosto de generalizar – não enxergam essas coisas na Cidade. Então, os senhores, cidadãos que moram na Capital dos gaúchos, vendo um buraco, uma obra inacabada, documentem e mandem aqui para os Vereadores; podem mandar para o Ver. Bernardino, podem mandar para todos os Vereadores, têm liberdade. Mas funciona! Agora, só não mandem fotografia daquele prédio da rua Marechal Floriano Peixoto com a rua Riachuelo, aquele esqueleto que tem 60 anos já tem privilégio pela idade, uma obra inacabada no Centro Histórico. Eu gosto de falar – histórico! –, falo assim como se fosse um centro maravilhoso, uma obra-prima. Está cheio de obras inacabadas, prédios caindo, verdadeiros criatórios de morcegos, baratas e outras pragas. E não adianta reclamar! Ver. Janta, não tire fotografia, não faça filmagem, porque já fiz tudo, já levei até meu burro lá. O Tongo foi lá e documentou, pois mesmo assim não fizeram nada, apesar de todos esses anos! Eu tenho a impressão de que, desde a época em que o Ver. Sebastião Melo era Presidente da Casa, atendendo a uma solicitação minha, foi lá numa comissão de Vereadores olhar as obras. Hoje, ele virou Vice-Prefeito. Depois, tivemos outros presidentes, fizemos comissões externas para mostrar os riscos que essas obras oferecem à população: risco estrutural, de queda e a questão da saúde pública. Pois, mesmo assim, passaram-se todos esses anos e ninguém faz nada! “Ah, nós não podemos fazer porque é um prédio particular.” Só um pouquinho, todos nós sabemos, temos condições de fazer uma avaliação no sentido de que é obrigação, sim, do Poder Público agir. Está lá no Estatuto da Cidade os objetivos da propriedade. Tem que agir! Pode desapropriar e dar uma finalidade, o que não pode é deixar que essas pessoas, supostamente herdeiros, fiquem discutindo ad aeternum e a população à mercê de acidentes, de desastres e mais riscos de segurança pública causadas pelas condições internas desses imóveis. Os vizinhos deste prédio da rua Marechal Floriano Peixoto esquina rua Riachuelo, e da galeria inacabada – acho que é nº 15, da Marechal Floriano – não têm noção de como esses prédios estão por dentro. Se tivessem noção, com certeza, não passariam ali nas proximidades. Por isso, senhores da base do Governo, um apelo, por favor.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sra. Presidente, Ver.ª Jussara Cony, nós estamos num dialogo aqui, que é o diálogo que a sociedade brasileira está vivendo, com a diferença de que nós estamos nos marcos de uma racionalidade democrática, que eu considero muito importante. Sendo hoje quinta-feira, amanhã durante o dia, os movimentos sociais no Brasil inteiro estarão se manifestando. Aqui no Rio Grande do Sul, foi neste dia 12, por uma decisão unitária dos movimentos em função da Via Campesina e dos movimentos do campo estarem na Região Metropolitana, e também, domingo, está sendo chamado o movimento.

Como falo pela oposição, quero aqui elogiar e dizer do meu orgulho de os partidos de oposição desta Casa, em especial o PSOL, que não é base do Governo, que é crítico ao Governo Dilma, ter se manifestado publica e oficialmente contrário a qualquer golpe, a qualquer supressão do processo democrático neste País, e vejo que o Ver. Pujol também o fez nesta tribuna, o Democratas, parece que, afirma o seu destino ou a sua missão de democracia.

Então, no tempo de oposição, nesta Casa, eu louvo, inclusive, o Vereador e ex-Secretário Carlos Casartelli, que aqui veio dizer que o que nós temos de mais precioso é a democracia, porque, em tempos de novas organizações que fundam, Ver. Janta, o seu poder na violência, como é a instalação do Estado Islâmico que está assustando o mundo e que tem como regra a violência, a demonstração de atos arbitrários violentos e homofóbicos -, e nós temos uma preciosidade muito grande neste País, onde nós não temos guerrilha. Nós temos a democracia.

É verdade que é uma democracia incipiente, por exemplo, a instituição da delação premiada é muito recente. E é duro a gente assistir ladrão, porque é ladrão o cara que ontem depunha dizendo que, no período do Fernando Henrique, pegava para si e, depois, pegava para alimentar os outros. Vai acreditar numa coisa dessas! E acho bom que a democracia vem arejando.

É de 2013 a Lei da Delação Premiada que está fazendo que bandidos como esse encurtem suas penas, porque quem lesa o povo brasileiro, Ver.ª Jussara, tinha que ter pena capital, porque tira do pobre, tira as condições de dignidade deste País. Mas está permitindo que, pela primeira vez, corruptores e corruptos estão indo para a cadeia. Isso é novo no Brasil! Isso é uma evolução democrática, nós não vamos perder isso, Ver.ª Jussara. Corruptores também, empresários também! Quem pratica corrupção e sobrelucro em relação ao Estado tem que ir preso, tem que ir para a cadeia, tem que aprender a ter respeito, tem que aprender a ter relações republicanas e tem que devolver dinheiro. Tem que devolver! É o anseio da população brasileira, que dizia que eles vão lá e roubam e nós nunca recuperamos nada. Lembro das denúncias dos anões do Orçamento, tantas e tantas denúncias, Ilhas Cayman, anteriores ao período mais recente Lula e Dilma, e nós nunca vimos um centavo devolvido. E agora, hoje, entraram para as contas da Justiça quase R$ 200 milhões, com este ladrão, que depõe na delação premiada. É um avanço a legislação de 2013. Um avanço a legislação de 2013, um avanço.

A outra questão importante a ser registrada não tira os problemas do meu Partido: a corrupção. Infelizmente, alguns têm que pagar e ser afastados e têm que ser desautorizados pelo nosso Partido. O Procurador-Geral da República, desde o Governo Lula, Ver. Janta, é o primeiro de uma lista tríplice. Por que essa mudança? É encaminhada uma lista que vem dos funcionários. Então é o Procurador que tem encaminhado as investigações. Doa a quem doer! Partidos da base do Governo: estão lá PMDB; PP, em grande quantidade; está lá PT, bem menor, mas são da base do Governo...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Apenas quero dizer aqui que o Procurador-Geral – essa é uma novidade – tem mandado para investigação de todos, seja de Governo, seja de oposição, sejam políticos, não sejam políticos. Essa é uma mudança qualitativa, resultado do exercício democrático brasileiro. E nós queremos seguir nesse caminho. Nós queremos instalar plenamente a República, nós queremos que a população possa discordar frontalmente, como discordo da política econômica que agora está sendo colocada em curso, e a população possa se manifestar. Jussara, o teu Partido, o meu Partido, os manifestantes sociais estavam nas ruas hoje, e é, sim, para que o Brasil aprofunde e radicalize a sua democracia, e é, sim, para que o Brasil mude mais, muito mais, que garanta direitos, justiça social, e daí uma qualidade de vida para todos e todas.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sra. Presidente; colegas Vereadores Cassio Trogildo, Casartelli, Professor Garcia, Delegado Cleiton, Sofia Cavedon, Bernardino Vendruscolo, Reginaldo Pujol, que se encontram nesta Sessão. Vamos estar nas ruas, como o povo está na rua, uns reivindicando mais verba para a agricultura, outros reivindicando que sejam cumpridos os contratos com as universidades, com os Pronatec, que sejam cumpridos os acordos firmados.

O meu Partido é de oposição, tem sido um Partido de oposição, e em nenhum momento nós falamos em impeachment da Presidente. Já falei isso várias vezes aqui.

O que nós queremos é que a Presidente volte para o prumo; nós queremos que a Presidente volte para a linha. A Presidente saiu do prumo, pegou um rumo ruim, um rumo que a levou a um auditório para 800 pessoas, e tão somente cento e poucas pessoas estavam lá para ouvi-la. Foi levada ao Acre, onde foram chamados todos os funcionários públicos para tentar conter as vaias, mas não conseguiram conter as vaias. A Presidente está sentindo na pele uma popularidade na qual o ótimo chega a 3%. E o povo - eu vivo no meio do povo, o Cassio diz que eu adoro lembrar de onde saí, porque vivo todo o tempo dizendo que continuo na vila -, mas eu vivo no meio do povo nas vilas de Porto Alegre, e convivo com o povo. E nos botecos a aposta é: quem vai chegar primeiro ao cinco? A popularidade da Dilma ou o dólar?

Mas nós vamos estar nas ruas, não pedindo o impeachment! Não vamos estar nas ruas pedindo a volta da ditadura, até porque se a ditadura voltar, nós vamos pegar as matracas e vamos acimentar essa ditadura, porque este País vai continuar sendo democrático.

Agora, nós não queremos, também, aquela ditadura da Venezuela, onde dirigentes sindicais, que nem eu, Ver.ª Sofia, têm que usar colete à prova de bala.

Dirigentes sindicais, que nem eu, não conseguem usar uma tribuna. Nós tentamos trazer dirigentes sindicais venezuelanos para um encontro com a Força Sindical, mas não conseguimos trazer. Nós queremos uma democracia como a que existe no Brasil!

Quem é a favor da Presidente Dilma está nas ruas de Porto Alegre protestando ou apoiando. Vou para a rua domingo não contra a Presidente Dilma, mas eu vou para a rua domingo dizendo para ela voltar para o trilho, pois descarrilou o seu trem. Que o seu trem volte para os trilhos! Que ela acabe com essa PEC dela, com essa MP 664 e 665, e mais um pouquinho, seria o número da besta – 666 –, que tira direitos dos trabalhadores.

Ela disse, num debate de campanha: “Nem que a vaca tussa, eu tiro direitos dos trabalhadores”! A vaca tossiu, e ela está tirando diretos dos trabalhadores.

Agora mesmo, eu estava ouvindo o depoimento do ex-Presidente da Petrobras. Ele disse que, na Petrobras, tudo é decidido por todo mundo, que todo mundo sabe das decisões da Petrobras. Então, as coisas têm que ser claras. A Petrobras é a maior empresa brasileira! Eu estava agora num debate e perguntaram se eu era a favor da privatização da Petrobras. Não, eu sou contra! A Petrobras é nossa, não tem que vender Petrobras nenhuma! Agora, eu sou contra a indicação! A indicação dos diretores não pode ser feita pelo Executivo, ela tem que ser feita pelo Legislativo. O nome tem que vir para cá, tem que ser aprovado. Eu tenho até projeto aqui nesta Casa para que os diretores das autarquias, como a Carris, as empresas mistas de que o Município é dono, pode-se dizer assim, o nome desses diretores têm que vir para cá, e a Câmara tem que aprovar o nome, assim como o nome da Petrobras tem que ser aprovado pelo Congresso Nacional.

Nós vamos para a rua domingo exigir moralidade; nós vamos para a rua domingo... A Ver.ª Sofia disse que até o seu Partido tem gente envolvida, e esses Partidos que têm gente envolvida... todos têm que estar na cadeia! Chega de ver ladrão andar solto por aí. Tem gente que vai pedir gol, domingo,no Fantástico, que já está no terceiro processo, no terceiro escândalo e que anda livre, leve e solto por aí, debochando da cara do povo, debochando! E nós, Vereadores, é que temos que estar dando explicação nas vilas; nós, Vereadores, que somos o para-choque! Nós, Vereadores, é que ficamos ouvindo nas vilas, e aí se fala em reforma política, reforma política com voto distrital. Tendo lá a Emenda Parlamentar é bonito, até eu quero! Tendo o “mesadão” – agora é “mesadão” – de 30, 150 mil, qualquer um quer, com dinheiro público! Aí a gente sabe como é que fazem tanto voto, aí a gente descobre como é que fazem tanto voto. E eu falo, Delegado Cleiton, eu não tenho problema em dizer que o José Otávio Germano já está no terceiro processo e vai pedir gol, agora, no Fantástico, domingo, e está lá graças a mim, aos meus 45 mil votos. Eu tive que escolher entre renunciar ao meu processo e José Otávio Germano não ser eleito Deputado, ou valorizar as 45 mil pessoas que mesmo... Todas as pessoas diziam que eu estava cassado, foram às ruas e votaram em mim – 45 mil pessoas –, mas o José Otávio novamente complicou. Eu não tenho vergonha de dizer o nome dele, ele que me processe, apesar de não ter moral nenhuma para me processar.

Agora, eu, como todos os que estão aqui, fiz uma campanha digna, de porta em porta, de pedir voto, e nós temos moral de subir a esta tribuna e exigir que os culpados sejam cassados, condenados. É isso o que o povo brasileiro quer, porque não aguenta mais ver tanta roubalheira, ver falta de dinheiro para a saúde, para a educação, para a infraestrutura, para sustentar e melhorar a vida do povo, enquanto políticos zombam do povo brasileiro. Nós somos os legítimos representantes do povo brasileiro! Domingo, estaremos na rua lutando para melhorar a vida do povo brasileiro e para melhorar a política brasileira neste País.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, raramente eu uso da prerrogativa, como Vice-Líder do Governo, de usar este espaço, porque acho que o Governo é uma base bem heterogênea e que as coisas precisam ser discutidas internamente para se falar em nome do Governo. Tenho certeza de que a oposição da Casa não é só o pensamento da Ver.ª Sofia, porque o PSOL não tem a mesma posição que ela, e ela falou em nome da oposição. Então, dentro dessa linha e dentro da circunstância, eu quero enfatizar que o nosso conceito, o nosso aplauso à posição do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso – que não quer entrar nessa onda nacional das pessoas que querem fazer o terceiro turno, fazer o impeachment em função dos quadros amplamente conhecidos e reconhecidos pela opinião pública brasileira –não quer dizer que nós vamos ficar inertes ante a realidade. Inclusive, agora, como bem assentou o Ver. Clàudio Janta, que nos antecedeu, há, nessa manifestação que vai ocorrer no domingo, até mesmo uma resposta a uma convocação feita pelo ex-Presidente da República, que, irresponsavelmente, convocou o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra para vir para a rua apoiar a Presidente Dilma e defender a Petrobras, como se a Petrobras estivesse sendo atingida pela população brasileira, que está protestando nas ruas contra o Governo Dilma. Não! Essa população, inclusive, protesta até mesmo por terem deixado a Petrobras chegar na situação que chegou. Nós sabemos que a Petrobras... Hoje, inclusive, se diz: “Vamos defender a Petrobras para ela não ser privatizada.” Mas ninguém compra hoje a Petrobras! Ninguém compra porque hoje o seu valor é ínfimo. O valor do patrimônio econômico da Petróleo Brasileiro S/A caiu em mais de 50%, seus papéis na bolsa apodreceram. Esse é o tema adequado – apodreceram –, não têm mais valor. Os próprios trabalhadores brasileiros que acreditaram na Petrobras e investiram recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço estão amargando um prejuízo e um mico nos dias atuais. Então, o fato de, democraticamente, nós não querermos repetir erros que aconteceram no passado, quando atropelaram o processo democrático, promoveram o impeachment, cassações de mandato, etc. e tal, não quer dizer que nós vamos ficar permanentemente inertes com relação aos acontecimentos, Ver. Janta. Eu não vou estar junto com V. Exa. na passeata que vai ter domingo, porque eu sustento que esse movimento é acima dos Partidos políticos, e, se é acima dos Partidos políticos, eu, que já tenho esta tribuna, não tenho por que ocupar esse espaço que tem que ser dado aos que não têm voz e que passarão a ter voz nas ruas. O grande temor é que esse número de pessoas que não tinha voz e que hoje está na rua contra o Governo cresça, como vem crescendo de forma assustadora, e que, no domingo, não sejam meia dúzia de gatos pingados, nem alguns apaniguados que vão atender ao Presidente Lula saindo com a bandeira do MST para defender a Petrobras e a Presidenta Dilma; que seja o povo brasileiro na sua melhor expressão. Eu não estarei entre eles porque sou político, militante, acho que tenho a minha trincheira para lutar por minhas posições, não tenho por que impedir que eles tenham a correção do propósito que eles buscam ter de não permitir bandeiras de Partido político, não permitir outra identificação senão o sentido exato do movimento que vai ocorrer no domingo, que não é pela deposição da Presidente Dilma, não é esse o primeiro objetivo. O grande objetivo é combater a corrupção nacional infestada no Governo da República, essa é a verdade. Até hoje, não se viu nenhuma medida concreta que implique numa efetiva demonstração de correção desses erros que se acumularam nos últimos anos.

Aliás, para concluir, eu digo o seguinte: engana-se a Vereadora em dizer que o episódio da delação é um episodio recente, está previsto na lei brasileira há muito tempo. É que a roubalheira e o medo da punição chegou a tal ponto que o princípio da delação passou a ser uma das armas pelas quais aqueles que tomaram fortemente o erário nacional, que desmantelaram a Petrobras, que roubaram adoidadamente procurem se safar de uma punição mais ampla, devolvendo o dinheiro, devolvendo os anais para não comprometer os erros.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3022/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 284/14, de autoria da Mesa Diretora e outros, que denomina Rua Carlos Medina o logradouro não cadastrado conhecido como Rua C – Sport Club Internacional –, localizado no Bairro Praia de Belas.

 

PROC. Nº 3023/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 285/14, de autoria da Mesa Diretora e outros, que denomina Rua Nestor Ludwig o logradouro não cadastrado conhecido como Rua A – Sport Club Internacional –, localizado no Bairro Praia de Belas.

PROC. Nº 3024/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 286/14, de autoria da Mesa Diretora e outros, que denomina Rua Fernando Lúcio da Costa o logradouro não cadastrado conhecido como Rua B – Sport Club Internacional –, localizado no Bairro Praia de Belas.

 

PROC. Nº 0053/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/15, que autoriza o Município de Porto Alegre a desafetar e a doar à Associação Comunitária e Cultural Quilombo do Areal áreas municipais destinadas ao reconhecimento da propriedade definitiva da área que descreve e institui Área Especial de Interesse Cultural (AEIC), nos termos do art. 92 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 (PDDUA), e alterações posteriores, na mesma área.

 

PROC. Nº 0320/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/15, que desafeta parte de área destinada a parque na Vila Nova Restinga, visando regularizar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com autorização para doação ao Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), autoriza doação ao Departamento Municipal de Habitação (Demhab), de área destinada à regularização do Loteamento Bela Vista e autoriza a desafetação de áreas públicas e comunitárias do Loteamento Vila Jardim das Orquídeas.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1676/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/14, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, que altera o caput e seus incs. I e II, inclui als. a e b no inc. II do caput e § 2º, renomeia para § 1º o parágrafo único, alterando-se sua redação, e revoga o inc. III do caput, todos do art. 1º da Lei Complementar nº 570, de 11 de junho de 2007, dispondo sobre a instalação de redes de abastecimento de água e de remoção de esgoto cloacal em áreas não regularizadas e com ocupação consolidada.

 

PROC. Nº 2938/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 031/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que cria e institui como Área Especial de Interesse Institucional – AEII – a Subunidade 05 na Unidade de Estruturação Urbana – UEU – 66 da Macrozona – MZ – 01, constituída pelo conjunto de terrenos ocupados pelo Complexo Hospitalar Mãe de Deus, define-lhe regime urbanístico e padrões para cálculo de guarda de veículos e altera limites das Subunidades 01 e 02 dessa UEU.

 

PROC. Nº 3047/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 292/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que dispõe regras para o serviço de transporte especial fretado no Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 0120/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/15, de autoria da Verª Séfora Gomes Mota, que dispõe regras para a proteção das gestantes e das parturientes contra a violência obstétrica.

 

PROC. Nº 0548/15 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/15, que cria o Fundo de Reaparelhamento e Aperfeiçoamento Previdenciário – FRAP.

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, é impressionante o número de projetos importantes que estão aqui na 1ª Sessão de Pauta. Além dos três projetos envolvendo a denominação das áreas adjacentes do complexo do Estádio Beira-Rio, com a designação de vários nomes que foram sugeridos, provavelmente, por próceres do Sport Club Internacional. Se nós fossemos homenagear um colorado de expressão, pessoalmente, eu, o Pujol, o gremista, não deixaria de incluir algumas pessoas no rol dos homenageados, como o Paulo Rogério Amoretty Souza, que foi um grande Presidente do Internacional e que foi vítima daquele acidente pavoroso da TAM, há pouco tempo, e outros valores do Sport Club Internacional, mas isso é coisa que eu não me arvoro a interceder.

Quero interceder muito fortemente, por exemplo, Ver. Cassio, no PLE nº 004/15, que desafeta parte da área destinada a parque na Vila Nova Restinga, visando regularizar a Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, com autorização para doação ao Departamento Municipal de Águas e Esgotos – DMAE, autoriza doação ao Departamento Municipal De Habitação – DEMHAB, de área destinada à regularização do loteamento Bela Vista e autoriza a desafetação de áreas públicas e comunitárias do loteamento Vila Jardim das Orquídeas.

Vejam os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras a extensão e a relevância desse projeto, envolvendo cinco ou seis assuntos da maior relevância, da maior importância, desde o esgoto cloacal lá na Vila Nova Restinga, onde está havendo um problema hoje. A interrupção do escoamento do esgoto misto, como era feito até agora, sem que seja ligado ao esgoto cloacal está criando problemas, então tem que enfrentar com a maior prioridade possível, não é a burocracia que impedirá isso. Então, acho que já deveria estar sendo enfrentado independentemente da lei, mas se for preciso lei, vamos fazê-la.

De outro lado, nós temos aqui um projeto de lei muito significativo que autoriza o Município de Porto Alegre a desafetar e a doar área à ação comunitária e cultural Quilombo do Ariel, áreas municipais destinadas ao reconhecimento de propriedade definitiva da área que descreve, institui a Área Especial de Interesse Cultural no selo do art. 92, da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 – PDDUA. Tudo isso em dois projetos, e tudo isso são matérias que têm que ter a nossa maior e melhor atenção. As Áreas Especiais de Interesse Cultural, eu já disse hoje, quando aqui esteve a representação do Viaduto Otávio Rocha, que nós temos que redirecionar essa política de interesse cultural. Nós não podemos criar situações em desacordo com a própria realidade. Aqui nós vivemos uma situação específica. Essa área que o Município quer declarar como Área Especial de Interesse Cultural, tem a concordância, pelo menos assim me parece, se não da totalidade, da maioria dos moradores que ali estão vivendo, e, obviamente, com esse objetivo irão se comprometer. Por isso, Sra. Presidente, concluo, atendendo à sua recomendação e afirmando da relevância e da importância desses projetos de lei, com os quais voltarei a ter contato na próxima Sessão Ordinária da nossa Casa. Obrigada, Sra. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sra. Presidente, Ver.ª Jussara Cony; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, aproveito este espaço para falar de um projeto que está em 1ª Sessão de Pauta, mas que tramitou todo o ano passado com várias discussões. São todos eles da Mesa Diretora e denominam nome de ruas; o primeiro é a Rua C, junto ao Sport Club Internacional, que denomina como Carlos Medina; a B, Nestor Ludwig, e a D, Fernando Lúcio da Costa, o Fernandão. E muitos têm discutido e perguntado nas redes sociais. Houve, no ano passado, uma grande discussão, alguns Vereadores ingressaram com projeto denominando Rua Nestor Ludwig, outros como Rua do Torcedor Colorado, Rua do Fernandão, de dois Vereadores e mais do Executivo. E, ao longo de diversas reuniões, inclusive com o Presidente do Inter da época, Giovanni Luigi, decidiu-se, então, de comum acordo, pelo menos naquela oportunidade, que as ruas se chamariam: Rua A, Nestor Ludwig; e a Rua B, Fernandão. Entrou uma polêmica se a B seria Nestor Ludwig e a A, Fernandão, mas aí eu torço por Fernandão na B, em função até do próprio monumento em homenagem ao Fernandão. A Rua C, que inicialmente não estava no projeto, ingressou mais tarde para as escolas de samba, e tivemos a oportunidade, também, de fazer uma reunião com as entidades carnavalescas do entorno, a Banda da Saldanha, a Praiana e Imperadores. Por unanimidade, as três entidades sugeriram que o nome daquela Rua C deveria ser Carlos Medina, um dos maiores puxadores da história recente do carnaval de Porto Alegre. Por isso que eu queria fazer esse registro.

Aproveito, também, Ver.ª Jussara Cony, para dizer que nesta semana, na terça-feira, eu tive a oportunidade – já que estava falando em escola de samba – de ir comemorar os 55 anos da Praiana. O Presidente Miro Leal nos telefonou convidando para o evento. Foi uma maneira muito interessante de saudar aquela escola pelos seus 55 anos. Eu comentei com alguns das saudades, porque a Praiana eu vi nascer. Eu nasci no bairro Menino Deus. A Praiana fazia grande parte dos seus ensaios - eu era pequeno - no Sport Club Internacional. E lá foi lembrado um nome que deu um up no carnaval de Porto Alegre, o Cattani. Depois, eu disse à senhora do conselho deliberativo da Praiana que faltou um nome. Aqui eu quero saudar de novo esse nome, que é o Vicente Rao. Sem sombra de dúvida, o maior rei momo que Porto Alegre teve, porque era, realmente, uma pessoa pró-ativa, que estava em todos os ambientes. E aí, brincando, ele tinha a vantagem de ser colorado, porque ele era o líder da charanga naquela época, como se chamava o Internacional.

Então eu aproveito para fazer esse registro, porque as pessoas, nas redes sociais, têm cobrado muito desta Casa. O que nós esperamos é que, o quanto antes, possamos votar os projetos de lei sobre as três ruas: a Rua A, ser denominada Rua Nestor Ludwig; a Rua B, ser denominada Rua Fernando Lúcio da Costa; e a Rua C, ser denominada Rua Carlos Medina, para que nós, o quanto antes, após aprovação, inaugurarmos essas ruas e terminarmos esse assunto que, por incrível que pareça, desgastou muito esta Casa no ano passado.

Aparentemente, nome de rua é uma coisa simples, mas, por envolvimento, por inúmeros projetos que entraram concomitantemente, criou-se uma polêmica. O diálogo imperou; agora nós vamos votar esse projeto que está em 1ª Sessão de Pauta. Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Prezados Vereadoras e Vereadores, a Presidente Ver.ª Jussara Cony, presidindo neste mês tão importante, em que lembramos as lutas pela igualdade de gênero e democracia. Uma mulher na Presidência, que nos honra.

Venho até a Tribuna para comentar um assunto que nos chegou ontem. Até segurei um pouco o Ver. Casartelli, que até a poucos dias atrás era Secretário de Saúde do Município, para ouvir o contraponto, porque aqui tenho a informação de que os agentes comunitários de saúde do Município, em torno de 850, estão sem receber o seu 14º salário. Nós já estamos em março; há uma informação da Secretaria Estadual de Saúde de que o repasse, fundo a fundo, foi realizado. Os agentes comunitários são ligados ao IMESF. Lembro que sobre o IMESF pendem ações judiciais que visam a declarar a sua inconstitucionalidade.

Por isso fiz questão de intervir com o Ver. Casartelli, para saber isso dele. O que ele me falou - depois ele pode confirmar, numa outra sessão, se não o fizer em seguida -, é que, pelo que ele sabe, o repasse foi feito. Não conseguimos entender: se o repasse foi feito, porque não foi feito o pagamento do 14º salário aos agentes comunitários de saúde. Então, fica apenas um registro, que este chegue ao novo Secretário de Saúde e à Diretoria do IMESF, para que tomem providências, no sentido de regularizar essa situação legal, contratual, que deve ser sanada. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sra. Presidenta, público que nos assiste. A discussão preliminar de Pauta, vários projetos importantes, mas eu gostaria de falar do PLE nº 001/15, um projeto que as pessoas têm me cobrado toda a vez que eu vou no Quilombo do Areal.

Quero agradecer ao Prefeito Fortunati pela sensibilidade de transformar o espaço conquistado, espaço de cultura dos negros, a Associação Cultural Quilombo do Areal, que recebe, através de desafetação, a doação daquela área.

Vejo com muito carinho esse significado muito forte, de momentos que aconteceram na cultura porto-alegrense, na cultura do Brasil inteiro, que era tirar as pessoas do seu habitat, de onde cresceram, onde tiveram filhos, e ali os netos hoje vivem e jogar para as periferias.

Eu tenho um carinho muito especial, porque nasci ali próximo, na Cel. André Belo, e ali muito brinquei, joguei futebol naquela região, na época das pandorgas, como muitos ali, inclusive no Bloco Bate-Late, daquela época. Então, tenho um carinho muito especial.

Agora, por último, fizemos uma homenagem ao Giba Giba. Vários artistas se concentraram na Associação Cultural, quando fui cobrado sobre quando é que vai sair esse título?. Está aqui, está aqui o título, está aqui a terra. É o que se quer: terra para todo o mundo, habitação para todos. Parabéns, Prefeito Fortunati, mais uma vez, pelo seu respeito por este povo tão sofrido. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, não poderíamos nos furtar de falar em Pauta hoje, porque três projetos – PLL nº 284/14, PLL nº 285/14 e o PLL nº 286/14 – vêm para acabar com uma longa história nesta Casa, pois, desde o dia em que aqui assumimos, se discute – há duas Legislaturas – os nomes que seriam dados às ruas das imediações do Estádio Beira-Rio. Por duas gestões foram feitos acordos no sentido de que a Diretoria do Clube, juntamente com as entidades – o Ver. Professor Garcia já falou isso aqui – nos trariam os nomes. Tentou-se por várias vezes e não se conseguia, as entidades entregaram os nomes, mas os Vereadores protocolaram pedidos com outros nomes. Acho até que deveríamos criar, aqui nesta Casa, critérios para a questão dos nomes de ruas. Tenho feito isso na CUTHAB, quando chegam proposições de nomes de ruas, eu tenho votado contrariamente. Penso que deve haver manifestação das pessoas que moram nessas ruas, se são a favor ou não, das comunidades; penso que deve haver, no mínimo, um abaixo-assinado, uma ata de uma reunião com as pessoas.

Mas finalmente vamos conseguir colocar, o que foi acertado há dois anos, os nomes nas ruas do entorno do Beira-Rio, que vão se chamar Nestor Ludwig, em homenagem a um membro do Sport Club Internacional; Fernando Lúcio da Costa, em homenagem ao Fernandão; e Carlos Medina, carnavalesco, pessoa que muito fez pela cultura de Porto Alegre, que muito fez pelo carnaval de Porto Alegre. Conseguiu-se fazer esse acordo, e a Mesa Diretora da Casa, juntamente com o colégio de Líderes, com as entidades, com as escolas de samba, juntamente com o Sport Club Internacional, apresentai) para esta Casa os nomes das ruas do entorno do Beira-Rio. Parece uma coisa tão simbólica, durante a campanha, a gente ouve tanto as pessoas dizerem que aqui nesta Casa a gente só coloca nome de rua, mas, na verdade, se vê que não, se discute transporte, saúde, segurança, mobilidade. Então, que esse critério seja revisto, sirva para a Mesa Diretora da Casa, para o colégio de Líderes reverem esse critério de colocação de nomes de ruas. Tem uma Comissão na Casa, composta pelos Vereadores Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Séfora, Comassetto e Casartelli, que assumiu no lugar do Brasinha, que é a CUTHAB, e acho que essa Comissão pode muito bem fazer esse trabalho, os Vereadores podem encaminhar a demanda de colocar o nome da rua, a CUTHAB pode chamar os moradores, ir até os moradores para dar os pareceres. Eu, internamente, na Comissão, vou encaminhar que se comece a fazer isso, acho que quem tem que opinar o nome que vai ter a sua rua são as pessoas que lá moram, que lá convivem, assim como fizeram os carnavalescos e a direção do Internacional, juntamente com seus conselheiros e seus torcedores, que opinaram em relação ao nome dos logradouros perto do Beira-Rio. Muito obrigado, Sra. Presidente, pela sua generosidade, quero agradecer a todos que nos assistiram no dia de hoje e dizer que, com muita força, fé e determinação, nós vamos melhorar a vida.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Agradeço às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores, aos trabalhadores da Casa de um modo geral. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h54min.)

 

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